A medicina é, sem dúvida, uma das áreas que mais ganha com os avanços tecnológicos. Em todos os sentidos. Recentemente, as atenções se voltaram para a fonoaudiologia – a especialidade que compreende o tratamento da linguagem, das mecânicas da fala e também da audição. Enquanto dispositivos modernos e miniaturizados prometem uma revolução na reabilitação auditiva, aplicativos lúdicos que mais parecem joguinhos ajudam no tratamento de crianças com problemas de fala e linguagem.

Muitas fonoaudiólogas, como a Daniela, usam a tecnologia no consultório há bastante tempo como parte das suas estratégias terapêuticas. Mas como as opções de ferramentas desenvolvidas especificamente para o Brasil ainda são pequenas, a saída era usar a criatividade...

Hoje com oito anos, o Guilherme nasceu com lábio leporino. Ele já passou por cinco cirurgias, mas o surgimento de um novo aplicativo nacional é uma esperança de acelerar bastante seu tratamento.

Em formato de game, o app criado para tratar de distúrbios da fala e linguagem aumenta bastante o engajamento da criança. O que mais atrasa o tratamento, segundo a fonoaudióloga, é a dificuldade de as crianças realizarem exercícios complementares em casa na frequência recomendada. No app, para controlar o game e vencer, a criança precisa soprar e pronunciar fonemas específicos – estratégias usadas desde sempre na fonoaudiologia, mas de forma nada lúdica ou divertida...

O aplicativo também usa Inteligência Artificial para aprender e aprimorar o reconhecimento de voz, afinal, cada criança com distúrbio de linguagem fala diferente. O software ainda está em versão beta, sendo testados por quase uma centena de profissionais em todo o país. A previsão de lançamento oficial é março do ano que vem.

Na reabilitação auditiva, outra área da fonoaudiologia, este minúsculo dispositivo é o que há de mais moderno em prótese auditiva. Enquanto a maioria dos aparelhos tradicionais capta o som apenas à frente do usuário, o poder de processamento desde dispositivo é capaz de analisar o som em tempo real em 360 graus. O algoritmo embarcado analisa o som ambiente mais de 100 vezes por segundo e equilibra o que o usuário escuta.

Nossos ouvidos não são os únicos responsáveis pela audição. É o cérebro que dá sentido aos sons e as informações que recebemos. Quando a pessoa tem alguma perda auditiva, as ondas sonoras não chegam perfeitamente ao cérebro, o que pode causar certa confusão. A principal inovação de toda essa tecnologia miniaturizada é a capacidade de ajudar o cérebro a entender com mais clareza o que o usuário ouve.

O dispositivo também tem um aplicativo próprio para ser controlado pelo smartphone; conexão Bluetooth, que permite ser usado como um fone de ouvido com diversos equipamentos e a possiblidade de interagir com uma série de soluções aplicando o que há de mais genu�

... �no no conceito de Internet das Coisas.

Claro, um equipamento deste porte não é para qualquer um. O modelo custa 16 mil reais! Para quem optar por usar nas duas orelhas, 32 mil reais. É muito dinheiro. Mas a boa notícia é que os aparelhos auditivos mais simples, que custam cerca de 20% desde valor, também evoluíram bastante nos últimos anos. Hoje são todos verdadeiros microcomputadores auditivos com processamento de som digital e 100% controlados pelo computador.



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