Mais de 1,5 bilhão de usuários no mundo todo acessam o WhatsApp gratuitamente e sem a exposição a anúncios. Como, então, o aplicativo ganha dinheiro? Bem, a realidade é que hoje o mensageiro ainda não rende lucros. Mas o Facebook, proprietário do WhatsApp, já tem alguns planos em ação para monetizá-lo no futuro.
Publicidade nunca foi uma opção e a empresa desistiu de cobrar assinaturas na versão tradicional do app. Porém, parece que a cobrança de empresas pelo uso do serviço business, além de um sistema de transferência de dinheiro pelo mensageiro, é o que pode colocar o saldo no positivo.
Para entender as questões financeiras do WhatsApp, é preciso voltar um pouco na trajetória do software. Ele foi criado em 2009 por Brian Acton e Jan Koum, ex-funcionários do Yahoo! que deixaram a companhia por desilusões relacionadas à venda de anúncios. No novo produto, os fundadores quiseram também evitar essa forma tão comum de gerar rendimentos e focar em uma interface eficaz e uma boa experiência para o usuário.
Assinatura paga
O aplicativo logo se mostrou uma ótima alternativa aos caros serviços de SMS. No começo, o WhatsApp era pago em alguns países. Para trocar mensagens instantaneamente via internet, em alguns casos, era necessário comprar o app
Em janeiro de 2016, no entanto, o WhatsApp anunciou o fim das taxas. No post oficial, a empresa sinalizou as intenções de colocar negócios e organizações para pagar a conta. Também reafirmou a política de ficar longe dos anúncios publicitários.
Facebook e expansão
A aquisição do WhatsApp pelo Facebook veio em 2014, por nada menos que US$ 19 bilhões. Desde então, o crescimento do aplicativo foi grande. Os 450 milhões de usuários ativos da época já triplicaram. São mais de um milhão de pessoas novas por dia, a maioria na América Latina, na Índia e na Europa. No Brasil, 120 milhões utilizavam o app em maio de 2017.
Por outro lado, a compra levantou controvérsias sobre a real finalidade da rede social. Alguns especularam que parte da motivação era ter acesso às informações pessoais e dados de comportamento dos usuários. Isso é, em especial, para auxiliar na performance da própria rede social. A empresa de Mark Zuckerberg nega.
Em 2016, as mensagens passaram a ser criptografadas de ponta a ponta. Ou seja, quando você envia um texto, uma imagem ou um áudio, por exemplo, apenas o destinatário tem acesso. Ninguém mais consegue ver a mensagem, nem mesmo o próprio WhatsApp. A medida dificultou a ação de cibercriminosos.
WhatsApp Business
O novo app chegou no início de 2018, decidido a mudar a forma como consumidores e empresas se comunicam. Disponível, por enquanto, apenas para smartphones com Android, o WhatsApp Business permite a criação de perfis empresariais, que podem ser verificados e oferecem recursos como mensagens automáticas e estatísticas. O público geral mantém a troca de mensagens com as companhias no aplicativo tradicional.
O serviço está apenas no começo. Atualmente, ele é gratuito, mas cobrar as empresas está nos planos do WhatsApp. O app também está voltado para firmas de pequeno e médio porte, porém, a ideia para o futuro é expandir e se tornar uma solução corporativa para negócios maiores, como companhias aéreas e bancos, que atuam globalmente.
Transferência de dinheiro
Outra novidade é um sistema de pagamentos dentro do aplicativo. O WhatsApp Payments está em fase de testes na Índia, disponível para alguns usuários beta tanto de Android quanto iPhone (iOS), e será lançado por completo no país em breve. A ferramenta é gratuita e permite que os usuários enviem dinheiro de maneira prática para seus contatos direto de suas contas bancárias.
Para colocar o Payments em prática, o WhatsApp fez parcerias com um serviço indiano de pagamentos instantâneos chamado Unified Payments Interface (UPI) e com pelo menos quatro bancos. Com o alcance do app de chat, o novo recurso pode se tornar um método popular de pagamentos entre amigos. Quanto às empresas, a princípio, elas estão de fora, mas dá para imaginar as possibilidades caso o mecanismo venha a ser estendido também aos negócios.
O WeChat, aplicativo de mensagens que domina a China – onde o WhatsApp e o Facebook são banidos –, já tem uma ferramenta semelhante desde 2013. Quase 70% dos 902 milhões de usuários do app usam o WePay. Vale como exemplo do potencial desse tipo de serviço. Mas esse é um mercado competitivo: o WhatsApp Payments pode concorrer com plataformas de pagamentos como o PayPal e o Google Pay. Na Índia, o Paytm, maior ecossistema móvel do setor, já está preocupado.
Com informações: Investopedia, Blog do WhatsApp, Reuters, India Today, Business Insider, The Verge e Forbes
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