O Facebook revelou em um novo documento entregue ao Congresso dos Estados Unidos que compartilhou nos últimos anos dados de usuários com 52 empresas de tecnologia. O número foi divulgado entre as 700 páginas que a rede social enviou ao Comitê de Energia e Comércio norte-americano para responder às mais de 1.200 perguntas feitas sobre a privacidade e a segurança das informações.
Entre as empresas que receberam acesso aos dados por meio da parceria com o Facebook estão Apple, Amazon, Microsoft, Samsung, Qualcomm, Mozilla, Dell, LG, Nokia, Sony, Acer, HP, Opera e Yahoo. Além disso, fabricantes chinesas como Huawei, Lenovo, Oppo e Alcatel também teriam obtido permissão, preocupando ainda mais os investigadores americanos, já que algumas das marcas podem ter envolvimento com o governo chinês.
De acordo com o Facebook, o objetivo das parcerias com as fabricantes de softwares e hardwares, além de empresas de telefonia móvel e fabricantes de chips seria auxiliar na integração dos serviços em diferentes dispositivos, sistemas operacionais e produtos.
A cooperação também seria uma maneira de melhorar a experiência dos usuários, permitindo a criação de versões do app, construção de hubs para agregar mensagens ou a sincronização de dados para upload de foto e integração de contatos, por exemplo.
Das 52 empresas, 38 já tiveram as parcerias encerradas, segundo a empresa de Mark Zuckerberg. Até o final do mês de julho, há previsão de finalizar o contrato de outras sete fabricantes. No entanto, algumas marcas devem manter o acordo com o Facebook. São elas: Tobii, Amazon e Apple.
A primeira é uma desenvolvedora de software de acessibilidade para pessoas com esclerose lateral amiotrófica (ELA). O aplicativo permite que possam utilizar o Facebook por meio de um teclado ocular. Já a manutenção com a Amazon e a Apple não foi detalhada, sem especificar também o que as empresas fazem com os dados.
Outras três parcerias que devem ser mantidas envolvem a Mozilla, Opera e Alibaba. Para essas, a rede social explica que é uma forma das pessoas continuarem recebendo notificações em seus navegadores, mas sem que as empresas tenham acesso aos dados dos usuários.
Este foi o segundo lote de respostas do Facebook enviado ao governo dos Estados Unidos. O primeiro teve 500 páginas e foi entregue no início de junho. Apesar de o arquivo conter grande quantidade de informações, algumas perguntas feitas à rede social não foram respondidas, como o número de usuários que leram políticas de termos de uso ou as demandas de agências de Imigração e Alfândega.
Uso de dados
A polêmica sobre o uso de informações de usuários do Facebook começou em março de 2018, quando foi revelado que dados de mais de 50 milhões de pessoas teriam sido vazados para a empresa de marketing Cambridge Analytica. O material, que traçou perfis psicológicos dos eleitores dos Estados Unidos, teria sido utilizado para propaganda política.
Via The Washington Post, TechCrunch e GizModo
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