PES 2020 é o mais recente título da franquia de futebol da Konami. Disponível para PS4, Xbox One e PC, o game traz melhorias na sua jogabilidade e mudanças em seus principais modos, como o Liga Master e MyClub. Além é claro de ter um foco maior nos esports, fator que fez com que a franquia adicionasse o EFootball em seu nome oficial. Confira o review completo:

As melhorias anuais

Mais um ano se passa e novamente chega a hora de conferir a evolução do capítulo anual de PES, franquia de futebol que começou no passado, e que se popularizou na era 32 bits - quando ainda se chamava Winning Eleven. E a cada novo game há uma espécie de ritual de melhorias para que justifiquem (ou não) o investimento em um novo jogo, cujo anterior foi lançado cerca de um ano atrás. No caso de PES, o foco é sempre a busca por uma versão cada vez mais próxima da perfeição. Para isso, o novi título trouxe melhorias em elementos pontuais, começando pela jogabilidade.

O game está ainda mais cadenciado, ou seja, com uma movimentação mais lenta, que se assemelha aos movimentos dos jogadores reais. Particularmente, achei uma grande bola dentro da Konami, mas há muita gente criticando a mudança, alegando que ela tornou o jogo mais lento. Porém, vale sempre lembrar que há opções para aumentar a velocidade original.

A principal mudança fica por conta do contato do jogador com seus adversários e outros atletas. Com isso, as divididas ficam mais reais, com a bola tomando um trajeto mais aleatório e não privilegiando sempre um dos jogadores envolvidos. O mesmo vale para as finalizações, cujos defensores buscam fechar o espaço e podem até mesmo mudar o caminho - evitando ou não o gol. Nos testes, fiz um gol cuja bola mudou de trajetória duas vezes em dois contatos diferentes, o que tirou completamente o goleiro da jogada.

Outro sistema que pude notar uma melhoria enorme foi o de passes. PES 2020 agora requer uma precisão maior na hora de direcionar a bola para seu companheiro. Isso fica bem nítido quando há dois jogadores na sua frente. Antes, automaticamente, o passe era feito para o jogador com uma posição melhor, agora é preciso apontar para o companheiro, caso contrário a bola não terá o destino mais correto.

Os chutes também passam por esse direcionamento mais preciso. Entretanto, nesse caso é mais difícil de se acostumar. Foram muitos os momentos cara a cara com o goleiro cujo o meu direcionamento errado fez com que eu perdesse uma oportunidade clara de gol. Não foi uma mudança ruim, só precisa de um certo tempo até que os jogadores se acostumem com ela.

Por fim, há um novo sistema de dribles que, embora mais eficiente, ainda deixam um pouco a desejar. Agora é possível fintar o adversário usando o controle analógico, o que facilita as jogadas individuais. Mas os movimentos ainda estão bem duros, e por mais que algumas vezes eles funcionem, não há uma suavidade parecida com os dribles dos gramados reais.

Goleiros continuam ineficientes

Se por um lado PES 2020 corrige muitos problemas da versão anterior, ainda não foi dessa vez que o game eliminou um dos seus maiores calos no sapato: os goleiros. É inacreditável o descaso da Konami com os atletas que possuem a função mais árdua do futebol. Mais uma vez estamos diante de um título cujos goleiros possuem bugs que afetam diretamente a jogabilidade.

É extremamente decepcionante se deparar com cenas de um goleiro com braço de T-Rex, que pula atrasado, não sai do gol, entre outras falhas. E o pior de tudo: não é de hoje que o problema persiste. Fazem dez anos consecutivos que escrevo review da versão anual da franquia PES e sempre me decepciono com o mesmo problema.

A impressão é que a Konami faz pouco caso da situação ou ainda não conseguiu achar uma solução para algo que acaba prejudicando demais em outros elementos. Por exemplo, do que adianta ter um sistema de chutes mais real se aquela finalização quase no meio do gol o goleiro aceita com a maior facilidade? Ou

... ter uma defesa que respeita a sua estratégia montada, mas que quando o atacante adversário se infiltra, o seu guarda-redes não é capaz de sair do gol para fechar o ângulo?

Se a Konami realmente busca o máximo de realismo em seu game de futebol, está mais do que na hora de parar e resolver esse problema de longa data. Afinal, do que adianta criar uma ambientação que reproduz com fidelidade um jogo de futebol real, mas com goleiros cuja capacidade beiram o absurdo?

Nova câmera impacta na jogabilidade

Um dos maiores atrativos de PES 2020 é seu novo sistema de câmera padrão. Ele faz com que o jogador se sinta em uma transmissão de TV, com uma imagem mais ampla da partida, além de um foco maior em certas jogadas individuais. A proposta é ousada e divide opiniões. Eu fico do lado daqueles que gostaram da mudança, que embora muito radical, caiu como uma luva no que PES se propõem: ter uma ambientação realista de uma partida de futebol.

Essa mudança não fica apenas na parte estética do game, mas também interfere diretamente na jogabilidade. Com uma visão mais ampla, fica mais fácil planejar jogadas, encontrar atletas em uma posição melhor, e até mesmo ficar atento ao posicionamento de seus adversários para um eventual contra-ataque.

Resta saber se essa visão também será adotada nas competições oficiais de PES 2020. Lembrando que, assim como a velocidade, existe a possibilidade do jogador alternar o tipo de câmera, inclusive para a que até o ano passado era padrão na franquia.

O mais belo game de esporte

Se há um quesito que PES reina absoluto é o visual. É impressionante o quanto o jogo consegue recriar pequenos detalhes que compõem toda a magia de uma partida de futebol, desde jogadores com feições cada vez mais realistas, até fios das câmeras cuidadosamente arrumados PES 2020 não é só o jogo de futebol mais bonito da atualidade, mas sim jogo de esporte mais real no que diz respeito a gráficos.

Esse ano a Konami teve um trabalho ainda mais caprichado na reprodução dos atletas de verdade em seus gramados virtuais. E ao contrário de outras versões, onde apenas os grandes astros eram privilegiados, em PES 2020 o leque aumentos, e chegou até mesmo em times nacionais, como Flamengo e Palmeiras. Com isso, podemos recriar grandes clássicos do futebol brasileiro com atletas reproduzidos com uma fidelidade nunca antes vista.

Cuidado esse que também passou pelas quase 50 arenas que o game disponibiliza nessa versão. É impressionante o capricho com a reprodução de cada uma delas. Por exemplo, Maracanã e São Januário, estádios que já tive oportunidade de frequentar por inúmeras vezes, trazem detalhes que se não fosse colocados passariam despercebidos, como a composição das arquibancadas, cores das cadeiras, e até alguns elementos curiosos, como as ruas no entorno do Maraca e a estátua de Romário atrás de um dos gols da casa do Vasco da Gama.

As animações pré-jogo também ampliam esse clima. Partidas normais trazem as aberturas padrões, com times enfileirados para a entrada em campo. Já as decisões contam com uma festa maior da torcida, com sinalizadores, bandeiras tremulando e todos os elementos de um clima de final. Se há algo que PES 2020 faz com maestria é levar o clima de um estádio de futebol para dentro do seu videogame.

Carinho com o Brasil e licenciamento questionável

Outra bola dentro de PES 2020 é a atenção com o seu público brasileiro. Já não é de hoje que a Konami faz um enorme esforço para trazer clubes nacionais licenciados, e quase todos eles com seus elencos originais. Para essa nova versão, há o adicional da Série B do Brasileirão 2019, cuja competição traz times de nome, como o Sport Recife (Campeão Brasileiro em 1987) e o Coritiba (Campeão Brasileiro em 1985).

Engana-se quem acha que os times contam apenas com uniformes e nomes. Boa parte desses clubes da Segunda Divisão do Brasileirão trazem seus elencos originais, mas não atualizados a cada rodada. E ainda sobre os uniformes, muitos se dão ao luxo de contar com três composições, mostrando que houve um cuidado enorme para a reprodução fiel dos clubes no jogo.

Para completar, há também as competições nacionais, como a Copa do Brasil e o Campeonato Brasileiro. Destaque para o primeiro torneio que chega a mesclar as divisões na fase inicial, de forma parecida com o que acontece na competição de verdade.

Ainda sobre licenciamento, a Konami esse ano fez um esforço enorme para "tirar" a Juventus de seu rival FIFA com um contrato de exclusividade. Com isso, o time italiano está presente de forma única em PES 2020, com direito a seu elenco completo, uniformes e estádio. Entretanto, ainda é estranho ver a quantidade de times que estão de fora do game, como boa parte dos grandes clubes ingleses e franceses. Deixo um questionamento no ar: será que ao invés de ter um investimento tão alto para ter um único clube exclusivo no jogo, não seria melhor investir para resolver esse problema de tantos clubes importantes ainda sendo apresentados de uma forma genérica?

Liga Master com astros do passado

O grande destaque de toda a campanha de marketing de PES 2020 foi a Liga Master. Ela traz a inclusão de astros do passado atuando como managers/técnicos, entre eles Romario, Bebeto, Zico, Roberto Carlos, Maradona, entre outros. Agora é possível escolher um deles e começar a sua jornada no modo mais popular da franquia.

A presença dos astros traz um elemento visual a mais. Agora há inúmeras animações para mostrar conversas com dirigentes, coletivas de imprensa, decisões com relação a saída de um jogador insatisfeito, entre outros assuntos. Particularmente, achei muito divertido no começo, mas com o tempo essas mesmas cenas começas a se repetir com uma frequência que não agrada, principalmente em um modo onde o atrativo é o gerenciamento do seu clube.

E sobre a compra e vende de jogadores, agora há um realismo maior na aquisição de algum atleta. Por exemplo, por mais que o meu time brasileiro tivesse um bom orçamento e uma boa reputação, tendo conquistado alguns títulos, muitos dos craques famosos se recusaram a fazer a transferência, mesmo com uma boa proposta. Só tive êxito quando troquei o clube atual por um renomado europeu, onde consegui montar o meu elenco de astros.

Essas mesmas transferências agora se mostram mais complexas. É possível oferecer uma série de opções como bônus por rendimento, vitórias e outras cláusulas contratuais. A rotatividade de jogadores querendo oferecer propostas de renovação ou de sair do clube também é mais próxima do que acontece na vida real, fazendo com que o modo seja tão robusto quanto muitos jogos managers.

My Club mais do mesmo

O modo MyClub foi o que menos recebeu mudanças na nova versão do game. No primeiro contato, a impressão é a de que nada mudou, principalmente na arquitetura de menus e opções. As grandes alterações são em relação a ficha técnica dos jogadores, mais explícita em suas habilidades, e a opção de utilizar uniformes personalizados, cuja edição Lendária traz o de Ronaldinho Gaúcho em parceria com o Barcelona.

Fora isso, o modo não traz mudanças significativas. Particularmente achei que a estratégia de manter basicamente a mesma coisa de PES 2019 foi um tiro no pé. Mesmo quem é fã do game esperava modificações que viessem a agregar um modo que já não era unanimidade entre seus jogadores, considerado por muitos como uma forma da empresa de conseguir um dinheiro extra com a estratégia de Loot Boxes, no caso de MyClyb, os Empresários.

Apenas para efeito de comparação, o modo Ultimate Team de FIFA sofria com um problema parecido. Em versões anteriores, a única forma de você conquistar muitas cartas era jogando freneticamente, ou usando dinheiro real para a compra de FIFA Points. Entretanto, desde FIFA 18 há diversos modos para conquistar moedas virtuais, sem a necessidade de recorrer a grana de verdade. PES precisa encontrar uma forma parecida, do contrário, a tendência é que seu MyClub acabe ficando de lado pela falta de variedade.

Multiplayer focado nos esports

O novo PES oficialmente se chama EFootball Pro Evolution Soccer 2020. A mudança de nome reforça o foco que a Konami tem com o competitivo de seu jogo. Em outras palavras, PES quer ir além de ser um game de futebol, mas o principal título de futebol virtual.

Além de uma série de competições já anunciadas para a próxima temporada, o próprio Menu de PES 2020, chamado eFootball, traz uma opção totalmente focada nas partidas online competitivas. Ali é possível disputar partidas rápidas, competições oficiais, e até mesmo ficar de olho no seu ranking e estatísticas do seu desempenho online.

Nessa primeira semana do jogo, é normal que não tenhamos tantos dados ou opções. Mas a tendência é que em determinadas datas sejam oferecidos torneios oficiais, cujo ranking pode oferecer vagas para competições presenciais, valendo dinheiro real. A opção de separar o modo competitivo foi uma excelente iniciativa e deve ajudar a popularizar as partidas online.

Som que agrada... sem a narração!

A parte sonora de PES 2020 tem seus altos e baixos. A reprodução dos cantos das torcidas organizadas, junto aos efeitos de chute da bola, contato físico entre jogadores, e até mesmo as músicas de seus menus, agradam e criam um clima bem gostoso ao game, fazendo com que o jogador opte por bons headsets, ou um sistema de som para recriar na sua sala o ambiente de um estádio de futebol.

Em contrapartida, a narração e comentários de Milton Leite e Mauro Beting ainda sofrem com problemas banais de inserção de áudio. A sensação é que mesmo explícitos, esses problemas foram deixados de lado pela Konami, que se preocupou apenas em inserir novas falas e nomes de atletas - que por sua vez chamam atenção pela quantidade de jogadores mencionados pelo narrador.

É uma pena que uma dupla como Milton e Mauro, que funciona tão bem no jogo, tenham seu trabalho prejudicado com problemas técnicos que desagradam demais. Continuo na torcida para que a versão 2021 tenha um capricho maior com os dois profissionais.



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