The Surge 2 é o novo jogo da franquia da Deck 13 para PS4, Xbox One e PC. Bebendo da fonte do gênero Souls, o game traz uma ambientação futurista em meio a inimigos com um nível de dificuldade acima do normal, um sistema de evolução que agrada, e um enredo inovador. Confira o review completo:

Se consolidando como franquia

Desde o meu primeiro contato com o título anterior, já deu para sentir o quanto a franquia The Surge soava como promissora. São muitos os jogos que aproveitam a onda do gênero criado pela franquia Souls, da From Software, mas são pouquíssimos os que ganham tanto destaque. E a Deck 13 já mostrava isso antes mesmo do primeiro capítulo, com o popular Lords of The Fallen. Entretanto, o mesmo caiu na leva de títulos que não souberam obter o mesmo sucesso por conta de problemas em sua jogabilidade, e uma ambientação que não impactava tanto como os Souls originais.

Aprendendo com o erros, a Deck 13 arriscou em levar o gênero para uma ambientação até então nunca explorada: o futuro. Ao invés de masmorras, dragões e outros elementos medievais, a presença de robôs, homens-máquinas e todo tipo de criatura frequente em obras de ficção científica. O tiro foi certeiro, fazendo com que o jogo fosse uma das surpresas de 2017 e que rapidamente criasse uma pequena legião de fãs - na qual me incluo.

The Surge 2 já começou maior, desde sua campanha de marketing até aparições em eventos de grandes empresas na E3. O resultado foi dentro do esperado e o título chega para saciar não apenas os fãs do gênero que mais irrita e agrada no mundo dos games, mas também para se consolidar como uma nova franquia, daquelas que muito brevemente será item de comparação para futuros jogos, sendo a água de uma nova fonte de inspiração para uma temática Souls do Futuro, ou apenas sendo 'gênero Surge'.

Reescrevendo a história

Mesmo com o primeiro jogo tendo superado as expectativas, a Deck 13 resolveu inovar novamente indo na contramão do que muitas outras empresas fazem, e criou um novo enredo do zero. Isso mesmo, não há uma ligação com o primeiro título em relação a trama, já que The Surge 2 começa com uma nova história, personagens e até mesmo uma nova temática, mudando do deserto futurista do primeiro capítulo, para um mundo caótico em pleno apocalipse iminente.

Para isso, é preciso dizer que o enredo é um tanto quanto confuso e exagerado. Basicamente você acorda em uma prisão, depois de um suposto acidente de avião, e se depara com a cidade de Jericho sob um nanovirus chamado dFrag, que contamina seus habitantes com uma espécie de inteligência Artificial malígna. Se não bastasse a viagem, você ainda precisa lidar com fanáticos religiosos que acreditam que esse vírus é uma Força do Mal, ou uma salvação para o Fim dos Tempos.

Sim, é um tanto fantasioso, mas convenhamos que no mundo dos games enredos como esse não são raros. E o mais importante: por mais que a história possa parecer o resultado de uma sopa de alucinógenos, a medida com que o game evolui, algumas coisas começam a fazer sentido - me deixando boquiaberto em muitos momentos. Para completar, há um tímido sistema de decisões em cima de pequenas missões secundárias que molda a parte final do enredo, mas não chega a criar um fator replay alto.

No fim das contas, a história que The Surge 2 traz chega a convencer e até mesmo dar um pequeno passo para o fechamento de uma suposta trilogia - na qual me arrisco a dizer que é apenas uma questão de tempo até começar a ser desenvolvida.

Jogabilidade mais leve, drone salvador e energia estratégica

The Surge 2 não traz tantas modificações em relação ao primeiro jogo. O que não é uma notícia ruim, já que seu capítulo anterior colecionou elogios por beber de uma fonte tão explorada, mas poucas vezes tão bem executada como o que a Deck13 fez.

As novidades começam pelo elemento que mais me chamou atenção no jogo: o seu

... drone. Com ele, é possível atingir seus oponentes com uma série de tiros, e que em muitos casos chegam a eliminação do inimigo - sendo um mão na roda contra atiradores e criaturas robôs mais resistentes. Curiosamente, o mesmo também pode fazer pichações de figuras em qualquer estrutura do jogo, um mecanismo parecido com o da franquia Souls, que serve para alertar outros jogadores para caminhos secretos, perigos próximos, etc.

A movimentação, que até então era travada demais no primeiro jogo, tornou-se bem mais leve em The Surge 2. Com isso, ficou tão fácil de esquivar dos ataques inimigos que dificilmente você utilizará o botão de defesa. Essa agilidade prevalece também na hora de desferir golpes em seus oponentes. Agora, independente do tamanho e peso da sua arma, é possível notar que há uma fluidez maior na hora de desferir ataques, o que torna até mais fácil e justo o combate.

Há um elemento no qual também merece destaque: o seu Núcleo de Energia. Com ele, você pode alocar diferentes Implantes que funcionam como habilidades. Por exemplo, há uns essenciais, como o que mostra os pontos destacados do inimigo e o que recupera a energia. Esse último em específico cria uma dinâmica no combate que merece muitos elogios. Para recuperar sua barra de vida, você deve gastar um módulo de energia, e ao mesmo, para preencher esse módulo é preciso derrotar seus adversários. Ou seja, caso você esteja perto da morte, praticamente a única chance de se recuperar é encarando seu oponente em busca de vida. A outra forma é encontrar um Ponto de Recuperação, mas não me lembro de ter encontrado um perto de inimigos tão perigosos.

Se não bastasse, esse mesmo módulo de energia também é utilizado para realizar um Golpe Final em seu inimigo. Com isso, é preciso pensar rapidamente se é melhor optar por uma finalização sem se importar com o que vem depois, ou se concentrar em recuperar vida para não ser pego de surpresa mais a frente.

Sistema de evolução competente

The Surge 2 mantém praticamente a mesma mecânica de evolução do primeiro game. Você precisa incorporar a Maria do Carmo (eterna personagem de Regina Duarte) e ser a Rainha da Sucata no jogo. Essa sucata funciona como Pontos de Experiência e Moeda Virtual dentro do game, podendo ser usada para evoluir seu núcleo de energia (que também serve como referência para o nível do seu personagem), aprimorar armas e comprar itens com mercadores.

O que também permanece quase inalterado é o sistema de foco em partes específicas do seu oponente. Com isso, é possível ter mais facilidade para evoluir uma determinada parte de sua armadura ou uma arma específica. Por exemplo, caso você tenha em mente evoluir o seu capacete, durante os combates, é possível orientar seus ataques justamente para essa parte do inimigo. Uma vez derrotado, ele deixará exatamente essa parte para ajudar na evolução do seu componente.

Já essa evolução, embora complexa no início, cai como uma luva para o que o jogo se propõe. Além da necessidade de recolher uma parte específica da armadura, é preciso estar atento ao nível do seu oponente. Ou seja, caso o seu capacete esteja no nível 5 e você queira evoluir para o 6, será necessário arrancar essa parte de inimigos também de nível 6.

Essa mecânica cria uma limitação para impedir que você evolua seus equipamentos a ponto de deixar os inimigos bem mais fracos. Uma boa notícia para os que adoram os desafios de jogos deste gênero, mas um balde de água fria para os jogadores mais impacientes, que precisam respeitar a progressão que o jogo impõe.

Ambientação caótica

Se há outro elemento da série Souls que a franquia The Surge sabe muito bem explorar é a sua ambientação. O jogo traz um cenário, parcialmente aberto, onde é possível explorar diferentes parte sem a obrigatoriedade de seguir um único caminho. Para ser mais explícito, você não tem o dever de seguir sempre os mesmos corredores para ir de um ponto ao outro, há diversos atalhos, bifurcações, caixas destrutíveis, e até um gancho para fazer com que você se locomova da maneira que quiser.

Esse elemento traz dois benefícios principais: o primeiro deles é a decisão de encarar ou não os certos inimigos, já que a cada acesso ao MedCentro ou uma área pacífica eles retornam em suas posições. E a segunda é a possibilidade de criar a sua própria rota de exploração, podendo optar pela mais curta, a com menos inimigos, a mais desafiadora, ou a que você preferir.

Na minha opinião, esse é o grande trunfo do game. Por mais que The Surge 2 não seja um título Open World, o cenário é imenso quando comparado ao primeiro jogo, com isso, é preciso traçar uma estratégia para vagar pela cidade de Jericho, pois você nunca deve se esquecer que, graças a dificuldade do jogo, aquele simples inimigo na esquina pode se tornar seu pior pesadelo em um combate.

Visual evoluído, mas com alguns deslizes

O visual de The Surge 2 foi o elemento que mais evoluiu da versão anterior para a atual. Desde os primeiros passos no jogo é possível notar cenários, personagens e outros elementos muito mais detalhados do que o deserto apocalíptico do primeiro game, o que traz uma incrível imersão ao jogador.

Outro ponto que merece destaque é o detalhamento do equipamento de seu personagem. Eu fiquei um bom tempo carregando uma armadura repleta de grafites e cores fortes, o que trouxe uma cara nova ao metal cru das estruturas comuns que apareciam no capítulo anterior. Me chamou atenção também a variedade destes equipamentos. Pena que os inimigos não tenham seguido o mesmo caminho, pois embora eles tenham um elemento randômico para a sua composição de peças, se repetem demais ao longo do jogo, principalmente na parte inicial.

Já a ambientação do jogo tem seus altos e baixos. Gostei demais da composição dos cenários, repletos de detalhes e que conseguem reproduzir o que seria o caos de uma devastação como a que ocorreu em Jericho. Ruas quebradas e escombros de prédios demolidos poderiam servir apenas como enfeites, mas muitas das vezes são rotas alternativas para outros caminhos.

Porém, a similaridade com que eles são postos no jogo traz uma sensação de repetição que incomoda. Em alguns momentos cheguei a me sentir perdido achando que estava em um lugar, mas na verdade era outro, tudo por conta da composição quase igual entre as duas partes (bem distantes no cenário). Ficou uma sensação de reaproveitamento no ar.

A versão de testes rodou em um PC com a seguinte configuração:

Placa de Vídeo: GeForce RTX 2080
Processador Intel i7 8700
Memória RAM: 16GB DDR4 XPG



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