O Zoom Meetings é um programa de videoconferências que ficou bastante popular durante a quarentena do coronavírus, que obrigou muitas pessoas a trabalharem em esquema de home office. Nesse período, a plataforma se tornou uma alternativa para a realização de reuniões de negócios, encontros de trabalho e até mesmo aulas. No entanto, na última semana, foram reveladas várias falhas de segurança do programa, que permitiam que estranhos invadissem salas para perturbar reuniões, compartilhar pornografia e até injetar malware nos computadores dos participantes.

Por conta disso, empresas como a Anvisa proibiram seus funcionários de usarem o Zoom durante o expediente. A seguir, entenda a polêmica em torno da privacidade do programa, veja dicas de segurança para usar o app e outras alternativas para fazer videoconferências.

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Falha de segurança no Zoom

Na última semana, diversas falhas de segurança do Zoom foram reveladas. Uma delas diz respeito às gravações de reuniões, que poderiam ser acessadas por qualquer pessoa. Para quem não sabe, o programa oferece a possibilidade de gravar as conversas. O vídeo pode ficar guardado no computador do usuário ou nos servidores do próprio Zoom. Nesse último caso, a pasta usada para guardar os arquivos não estava protegida, deixando milhares de chamadas expostas na Internet. A falha foi revelada por Patrick Jackson, diretor de tecnologia da empresa de segurança digital Disconnect, para o Washington Post. Ele afirmou ter encontrado mais 15 mil vídeos com a ajuda de uma ferramenta gratuita para analisar servidores na nuvem.

Além disso, episódios de “zoombombing” também chamaram foram relatados pelos usuários. Conforme explica o site TechCrunch, algumas transmissões chegaram a ser invadidas por pessoas não autorizadas que compartilhavam pornografia e conteúdos indevidos. Em alguns casos, os criminosos também conseguiram distribuir malware nos computadores dos participantes da reunião. Por conta desses casos, o Zoom habilitou o recurso sala de espera, um local em que os participantes aguardam a liberação do organizador para entrar na reunião.

Especialistas também encontraram outras brechas graves. O hacker Patrick Wardle, ex-agente da NSA (Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos), também mostrou a possibilidade de invasores sequestrarem o microfone e as webcams de computadores com sistema macOS usados para participar de reuniões no Zoom.

Outro problema era que o aplicativo do Zoom para iPhone (iOS) compartilhava dados dos usuários com o Facebook, mesmo que eles não tivessem conta na rede social. Essa situação foi corrigida em uma atualização liberada no final de março. Para completar, muitos hackers também se aproveitaram da popularidade do programa para aplicar golpes nos usuários, com a criação de domínios falsos.

Veja também: home office: veja ferramentas para trabalhar em casa no coronavírus

Zoom e Anvisa

Diante de tantas falhas, o Zoom ficou com sua imagem bastante comprometida. Organizações e empresas já recomendam que seus funcionários evitem o uso do serviço por conta das potenciais brechas do Zoom e busquem outras alternativas. Um exemplo é a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que anunciou nesta segunda-feira (6) o bloqueio dos programas nos computadores de seus funcionários. A empresa ainda explicou que a medida foi tomada após a divulgação das falhas de segurança e que possui uma solução própria para videoconferências que pode ser usada por seus colaboradores.

O que diz o Zoom?

Os problemas foram tantos que o CEO do Zoom, Eric S. Yuan, postou um mea culpa no blog oficial da plataforma em que se comprometeu a corrigir os probl

... emas. Em sua defesa, o programa alega que a explosão no número de usuários em poucas semanas acabou levando o design da plataforma ao limite, expondo o serviço a uma série de cenários que não haviam sido previstos inicialmente. Vale destacar que a ferramenta contava com 10 milhões de participantes diários em dezembro e hoje bate a casa dos 200 milhões por dia.

Como usar o Zoom com segurança

Diante desse cenário de falhas, muitos usuários ficaram em dúvida se o Zoom é confiável e se dá para continuar usando o programa normalmente. A seguir, o TechTudo separou uma lista com dicas para usar a ferramenta com segurança. No final do texto, você também pode conferir outros serviços para fazer videoconferências de graça durante esse período.

1. Crie salas privadas

O Zoom funciona com um tipo de identificador semelhante a um número de telefone. Cada usuário da rede tem um Personal Meeting ID (PMI) que é usado para que outras pessoas possam entrar em uma sala organizada por você apenas usando seus dígitos de contato. O lado ruim desse recurso é que qualquer um pode usar esse identificador para acessar uma transmissão que você organiza ou participa.

A maneira de evitar esse tipo de situação é usar um PMI aleatório, gerado pelo próprio Zoom para uso único, e que difere do seu PMI pessoal. Isso é possível apenas por meio do agendamento de uma reunião. Em “Schedule a Meeting”, basta marcar “Generated Automatically” na opção “Meeting ID”. Dessa forma, seu PMI pessoal não será usado na criação da sala.

2. Compartilhe apenas parte da sua tela

Ao compartilhar a tela do seu computador, o Zoom permite que você defina que apenas a área de seu interesse fique visível aos contatos. A medida é útil para ocultar abas abertas no seu navegador, ícones na barra de tarefas ou área de trabalho do PC ou o dispositivo que você usa para se conectar.

Para ativar esse modo, basta selecionar a opção “Share Screen”. Na tela que será aberta, escolha a aba “Avanced” e, como mostra a imagem, escolha “Portion of Screen”. Uma caixa de seleção em verde aparecerá: basta dimensioná-la e movê-la para escolher o que deseja que seus contatos visualizem.

3. Desligue microfone e câmera com antecedência

Caso seja convidado para uma reunião e deseje apenas assistir ao que um superior ou professor transmite, você pode definir para que o Zoom entre na sala com seu microfone e webcam desligados por padrão. Dessa forma, você evita constrangimentos e pode acionar os dois recursos caso seja necessário.

Para definir esse padrão, abra o app para PC e acesse as configurações, no ícone de engrenagem abaixo do seu avatar. Nos menus “Video” e “Audio” marque, respectivamente, as opções “Turn off my video when joining a meeting” e “Mute my microfone when joining a meeting”.

4. Crie uma sala de espera

A ideia aqui é simples: em vez de permitir que todo mundo entre automaticamente na sala, crie um espaço de espera em que os contatos, sejam legítimos ou não, precisem esperar até que você autorize seu ingresso no meeting de forma oficial. A abordagem é simples e deve garantir que pessoas estranhas não tenham acesso ao seu encontro.

O recurso vem acionado por padrão em videoconferências agendadas por meio do “Schedule a Meeting”. Caso você deseje confirmar o uso da sala de espera por padrão, acesse a opção em “Account Management” e clique no menu “Account Settings”. Na aba “Meetings”, é possível habilitar o campo “Waiting Room”.

5. Aplique restrições aos participantes

Outra boa prática para evitar constrangimentos é limitar o compartilhamento de tela e arquivos aos participantes. Dessa forma, mesmo que um usuário desconhecido acabe se infiltrando na sua videoconferência, ele terá dificuldades em perturbar o encontro compartilhando sua tela ou bombardeando os demais participantes com arquivos indesejados.

Alternativas ao Zoom para videoconferência

Se você preferir abandonar o Zoom e procurar outras alternativas para fazer videoconferências, saiba que existem diversas opções gratuitas. O Google Hangouts permite criar salas com até 10 convidados e funciona de forma integrada ao Gmail. Já o Skype, em sua versão grátis, possibilita reuniões com até 50 pessoas. Outra opção da Microsoft é o Teams, restrito a assinantes do Office 365. Diversos deles, oferecem também aplicativo para celular.

Via The Verge (1 e 2), TechCrunch (1 e 2), BBC, Digital Trends, Android Authority, The Washington Post e Anvisa

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