O Galaxy S21 Ultra é o primeiro celular com suporte a redes do tipo Wi-Fi 6E, uma evolução do Wi-Fi 6 (802.11ax) que promove acesso a faixas de frequência de 6 GHz para garantir internet sem fio mais rápida, estável e segura. A nova tecnologia deve garantir ao consumidor streaming de games no celular por Wi-Fi, transmissão de vídeo 8K sem necessidade de cabos de rede e uso de headsets de realidade virtual (VR) controlados pelo smartphone e completamente sem fio no futuro.

A seguir, você fica por dentro do que é o Wi-Fi 6E, seus benefícios e aplicações. Também discutimos o estado da regulamentação dessa tecnologia no mercado brasileiro. Não custa lembrar: o lançamento da linha S21 no Brasil está marcado para a próxima terça, dia 9.

O que é o Wi-Fi 6E?

Wi-Fi 6E é a nova geração da tecnologia Wi-Fi, na sequência do Wi-Fi 6. O grande diferencial do Wi-Fi 6E é o seu caráter tri-band, acessando redes de 2,4 GHz, 5 GHz e 6 GHz, enquanto redes Wi-Fi 6 funcionam em 2,4 GHz e 5 GHz.

A possibilidade de acessar as frequências mais altas de 6 GHz torna dispositivos compatíveis com Wi-Fi 6E capazes de usar conexões sem fio muito mais rápidas, já que a faixa de frequência mais alta possibilita velocidades reais na casa de 1 Gb/s (gigabit por segundo), usando essas redes.

Mas há outras vantagens, herdadas do padrão Wi-Fi 6, como tecnologia MU-MIMO para mitigar congestionamento de redes, OFDMA e beamforming para racionalizar o uso da largura de banda disponível conforme a demanda, além da aplicação do padrão WPA3 de segurança.

Realidade virtual sem fio e outras vantagens

De uma maneira resumida, o uso de redes Wi-Fi de 6 GHz garante uma faixa do espectro para conexões de velocidade superior, mas também deve contribuir para amenizar os problemas de congestionamento frequentes em áreas densamente povoadas e com grande volume de redes Wi-Fi competindo por espaço.

Essa perspectiva pode significar conexões mais estáveis de baixo atraso em que se torna possível abolir cabos em cenários de uso em que a latência – que é a medida do tempo de resposta o pressionar de um botão e a reação exibida na tela, por exemplo – deva ser menor.

Com isso, passa a ser possível headsets de realidade virtual sem fio, recebendo comandos e conteúdo transmitido via Wi-Fi 6E direto do smartphone sem perda de qualidade ou engasgos. Outra possibilidade é o consumo de serviços de games via streaming, como o Google Stadia ou xCloud, hoje de performance problemática em redes Wi-Fi 6 e Wi-Fi 5 exatamente pelos problemas de alta latência.

Outro cenário de uso potencial é a transmissão de conteúdo 8K para realização de streaming do smartphone ao televisor, contornando a necessidade atual de conectar a TV com cabo de rede para ter acesso a transmissão de vídeo de alta resolução via Internet.

Em geral, o Wi-Fi 6E terá aplicações em casos de uso que envolvem altas velocidades e dispositivos próximos entre si: a razão para isso está na física, já que frequências de 6 GHz estão mais suscetíveis ao efeito de obstáculos físicos, que impedem sua propagação. Em certa medida, essa realidade repete o que já ocorre com redes dual-band em que as frequências de 2,4 GHz garantem Wi-Fi que vai mais longe dentro de casa, mas é mais lento do que o Wi-Fi de 5 GHz que, por outro lado, vai ter dificuldade em atravessar paredes, móveis e lajes.

Do que eu preciso para ter Wi-Fi 6E?

O Wi-Fi 6E é uma tecnologia nova e para funcionar precisa de dispositivos compatíveis. Se o seu roteador é Wi-Fi 5 (802.11ac) e você comprou um Galaxy S21 Ultra com Wi-Fi 6E, a conexão entre esses dois dispositivos estará limitada pelo mínimo comum entre os dois aparelhos, nesse caso o Wi-Fi 5.

Isso significa

... que o Wi-Fi 6E, assim como todos os outros padrões de redes wireless que o antecedem, são compatíveis entre si. A limitação fica por conta do fato de que, para extrair a máxima performance e os benefícios das redes de 6 GHz, é preciso investir em um roteador novo, compatível com o padrão.

Tem roteador Wi-Fi 6E no Brasil?

Oficialmente, não: os primeiros roteadores do tipo foram anunciados apenas agora, na CES 2021, em Las Vegas, mas também existem problemas regulatórios. O processo de implementação dessas redes no Brasil ainda depende de regulamentação da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) e esbarra em alguma resistência de fabricantes de infraestrutura de telefonia e internet móvel, que desejam usar parte dessa faixa em seus produtos 5G.

No último dia 10 de dezembro, a Anatel divulgou um parecer favorável à destinação dos 6 GHz em caráter exclusivo para redes Wi-Fi 6E. No mesmo dia, Huawei, Ericsson, Nokia, ZTE e GSMA enviaram uma carta à agência defendendo que a faixa seja fracionada para atender também redes 5G. A Oi também se manifestou sobre o assunto, defendendo a reserva integral das redes de 6 GHz para o Wi-Fi 6E.

A discussão ainda não foi resolvida e, olhando para o que se faz lá fora, pode acabar indo para qualquer um dos lados: nos Estados Unidos, o 6 GHz é de uso exclusivo do Wi-Fi 6E, mas na Europa houve um fracionamento dessa faixa para atender a expansão das redes 5G.

Até que uma decisão da Anatel saia e regulamente o uso dessa faixa, será difícil encontrar roteadores Wi-Fi 6E no Brasil, que apenas começam a se tornar uma realidade comercial em mercados que já regulamentam o uso da tecnologia: a Wi-Fi Alliance, consórcio que desenvolve e regulamenta o Wi-Fi no mundo todo, abriu o programa de certificação de produtos Wi-Fi 6E em janeiro.

Quem estiver de olho em apostar nos roteadores Wi-Fi 6E revelados na CES 2021 precisa de um pouco de cuidado: mesmo que você importe ou compra modelos de forma extraoficial, há chance de que, uma vez regulamentado, o padrão brasileiro acabe incompatível com o seu roteador.

Com informações de Wi-Fi.org (1/2), SamMobile, Anatel (1/2/3), Wi-Fi Now e Android Authority

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