Precisar de um produto de outro país e não ter como comprá-lo. Quem nunca passou por uma situação dessas? Pensando nisso, cinco idealizadores (Sobhan Daliry, João Faraco, André Kano, Bruno Lino e Pedro Kranz) criaram o Muamber, um projeto focado em conectar viajantes e compradores.

De maneira simplificada, o Muamber deve funcionar como um serviço de Correios. Exatamente por isso, Sobhan Daliry frisa que não será um aplicativo de e-commerce, mas de logística. Por exemplo: pessoa A está com viagem marcada de Miami para São Paulo e a pessoa B precisa de um batom da marca X. O usuário B poderia comprar esse produto em um site de e-commerce e mandar entregar no hotel de A para que ela possa trazer ao Brasil. É importante entender que A não deve ser responsabilizado pela compra do item, somente pelo transporte.

Não é a toa que o Muamber lembra o nome do Uber, o famoso aplicativo de contratação de motoristas (e inimigo número um dos taxistas). No meio da conversa que idealizou o projeto, uma das principais “inspirações” foi o Uber. “A gente deveria criar um Uber para muambas”, exemplifica Sobhan. A partir disso, os cinco foram brincando com os nomes Muamba e Uber até chegar ao Muamber.

“Hoje, 3 milhões de pessoas viajam de avião por dia pelo mundo. Se 10% disponibilizasse 15cm³ na mala – algo um pouco menor que uma caixa de sapato – a gente já estaria falando de uma das maiores empresas de logística do mundo”, explica  Sobhan.

Muamber promete conectar quem viaja e quem precisa de produtos (Foto: Reprodução)

O sistema funcionará como uma mescla do Tinder (aplicativo de relacionamento) e Airbnb (plataforma de aluguel de quartos). A pessoa que está viajando coloca em seu perfil qual a sua rota, o espaço livre na mala e quais produtos poderia levar (maquiagem e vestuário, por exemplo). O usuário que necessita trazer algo busca as pessoas disponíveis e, então, dão uma espécie de “Match”. Dentro da própria plataforma ambos conversam e negociam sobre o serviço.

No quesito de segurança, “os dados de ambas as partes não são públicos, exceto trecho, data e tipo de muambox [a muamba]“, afirma Sobhan. Quando um encomender (quem encomenda) manda o pedido para os OLMs (operador logístico Muamber) que atendem sua necessidade, cria-se um canal de comunicação privado. A partir desse momento, os usuários compartilham os dados pessoais, se acharem conveniente.

Assim como no Airbnb, o sistema terá um ranking de review e testemunhos para aumentar a reputação tanto do operador logístico (quem trará a mercadoria) quanto do comprador.

Contra a lei?

Uma das principais dúvidas que pairam sobre o novo aplicativo é a possibilidade de ele ser contra a legislação vigente, por ter a possibilidade de burlar as leis alfandegárias e deixar de pagar impostos ou até mesmo trazer produtos ilegais para o país.

“O sistema que a gente está desenvolvendo vai ter as travas necessárias para a gente não incentivar esse tipo de tramite ilegal. De cara, a gente não vai incentivar ninguém a usar para coisas acima de US$ 500″, limite determinado pela Receita Federal, segundo Sobhan. Ele cita o exemplo do Correio: é possível comprar um iPhone 6 e mandar pelo sistema de entrega, mas que há um grande risco de ser taxado. “A gente não está criando um sistema para fazer algo ilegal”, frisa.

Sobre a possibilidade de produtos ilegais chegarem no Brasil, ele é taxativo. O sistema servirá somente para colocar duas pessoas em contato, então se um traficante de drogas utilizar o aplicativo, a responsabilidade será dele. Cabe ao Muamber tentar identificar e banir e

... ssas pessoas do sistema.

Quanto custa?

Inicialmente, o sistema não deverá ter custo para quem o utiliza. Isso porque, de acordo com um dos criadores, o foco não está em ganhar dinheiro, mas em oferecer um serviço que poderá ser útil para as pessoas.

Essa talvez seja a principal diferença em relação ao site Cabe na Mala – alvo de muitas comparações. Segundo Sobhan, o concorrente é como um site de e-commerce onde quem está negociando deve pagar 40% para o site e, em troca, tem um sistema de recompensa.

Por outro lado, a negociação entre as duas pessoas interessadas não será avaliada pelo Muamber. Ou seja, uma pessoa pode trazer certa mercadoria de maneira gratuita ou não, tudo depende da negociação feita. Exatamente por não ser uma plataforma de e-commerce e não ter a obrigação de pagamento, inicialmente não haverá sistema de transação no próprio aplicativo.

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Como usar?

O aplicativo ainda está sendo desenvolvido e deverá entrar no ar na segunda quinzena de agosto. Devido às barreiras financeiras, a aplicação será somente mobile (não terá versão web). Sobhan espera que estejam disponíveis versões para iOS e para Android. A prioridade é o sistema da Apple.

Por enquanto, quem se interessar pode entrar na página Muamber e se cadastrar para receber as novidades. Quem convidar amigos poderá se tornar embaixador da marca e ajudá-los no desenvolvimento da nova plataforma.

 



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