Em 1971, a Intel lançou o 4004, primeiro microprocessador da marca e que significaria uma revolução na computação: o chip tornaria a fabricação desse tipo de componente em larga escala uma realidade e seria o primeiro produto bem-sucedido da Intel. O lançamento abriu espaço para o 8008, processador de 8 bits que viria em 1972, e estaria intimamente ligado com a popularização do computador pessoal.

Intel revela detalhes sobre novos processadores Kaby Lake e Apollo Lake

A seguir, vamos relembrar momentos marcantes da trajetória de 45 anos dos processadores da Intel, que estão diretamente ligados com a forma pela qual usamos computadores e interagimos com a tecnologia.

Intel 4004

4004 foi o primeiro processador da Intel, usado em calculadoras (Foto: Divulgação/Intel)

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Com 2.300 transistores, velocidades na casa dos 0,7 MHz (ou 700 KHz), o 4004 era um processador de 4 bits usado em calculadoras, principalmente. O chip tinha uma arquitetura de 10 microns, gigante para os 14 nanômetros dos processadores atuais. 

Intel 8008 e 8080

O 8080 e, em especial, o 8086, foram decisivos na popularização do computador (Foto: Reprodução/Wikimedia)

O processador rodava com velocidades que variavam dependendo da versão: unidades iniciais tinham clock de 500 KHz (quilohertz!), mais tarde elevado para 800 KHz. O processador tinha 3.500 transistores (um processador de sétima geração da Intel passa fácil da casa dos 1.7 bilhão de transistores). O 8080, lançado em 1974, era um salto sobre a base do 8008, tinha velocidade bem maior de 2 MHz e foi uma das primeiras CPUs usadas em larga escala.

O 4004 foi o primeiro e o 8008 uma evolução decisiva, mas o 8080 pode ser visto como a base real do que a Intel acabou se tornando ao longo das décadas, já que foi a primeira CPU da marca a se dar bem com PCs e a ajudar a empurrar a ideia do computador para as massas.

Nasce o x86

Quem usou computadores nos anos 1990 deve ter ouvido falar sobre processadores 386, 486, dentro outros. Esses números eram, na realidade, a nomenclatura que a Intel dava a suas CPUs, a contar do 8086, lançado em 1978, e que foi a CPU escolhida pela IBM para o primeiro, e histórico, PC.

A linha 286 continuaria ao longo dos anos 1980 com lançamentos que traziam progressos em cima das versões anteriores, sempre permitindo compatibilidade entre software que rodasse nos x86 de todas as idades – fator que foi um diferencial importante da Intel na época.

Em 1982, o 80286 seria o primeiro processador 16 bits com 134.000 transistores. O 386, de 1985, já oferecia o salto para o 32 bits que viraria um modelo, apenas em 2004 a AMD lançaria a primeira CPU 64 bits.

O poderoso (para a época) e versátil 486

Fabricado por diversas marcas diferentes, o 486 dominou o mercado no começo dos anos 1990 (Foto: Reprodução/Wikimedia)

O 486, ao menos no Brasil, foi sinônimo

... de computador pessoal por muito tempo, mesmo que no fim das contas o processador em questão fosse de outra origem que não a Intel (a AMD, Texas Instruments e uma porção de outros fabricantes mais obscuros licenciaram e fabricaram o chip). O 486 tinha um perfil de desempenho muito bom para época e preço baixo, graças à grande quantidade de revisões promovidas pela Intel e pela competição dos vários fabricantes.

 Presente em uma enorme quantidade de computadores, o processador durou bastante no mercado, e podia ser encontrado em versões com de 20 a 66 MHz, embora os DX2 de 33/66 MHz (com o famoso botão Turbo no gabinete), sejam os mais lembrados.

O primeiro Pentium

Quando surgiu, em 1993, o Pentium era cinco vezes mais rápido do que o melhor 486 que você pudesse encontrar. Isso tornou a CPU um item cobiçado instantaneamente e manteve a Intel como fabricante de preferência para quem procurava a melhor performance possível para o PC. Hoje é um processador de entrada, longe de ser o ideal para quem busca a melhor performance possível.

O Pentium tinha entre 33 e 66 MHz, mas era mais rápido pela introdução do MMX, uma tecnologia que melhorava a agilidade da CPU com o uso de cache e outras melhorias, ausentes no 486. Uma curiosidade: o nome é Pentium, e não 586, porque a Intel descobriu que não podia registrar algarismos como uma marca sua. Pentium é derivado da palavra grega “penta”, em referência ao que seria a quinta geração dos x86.

Celeron e Xeon

Em 1998, a Intel apresenta dois novos produtos: o Celeron, presente até hoje, como CPU barata voltada ao mercado de entrada. E o Xeon, processador de alto desempenho, direcionado para estações de trabalho e servidores.

Pentium 4

O Pentium 4 não impressionou pelo desempenho, mas trouxe número recorde de transistores (Foto: Divulgação/Intel)

O Pentium 4 não foi necessariamente um processador revolucionário e que marcou história (era batido pelo Athlon da AMD), mas entra para a nossa lista por conta de um número impressionante: ele tinha 42 milhões de transistores, o 4004, que começou a história toda, tinha 2.300.

Core 2 Duo e Core 2 Quad

O Core2 Duo apareceu em 2006 e trouxe o design multicore para a Intel (Foto: Filipe Garrett/TechTudo)

Os anos 2000 não foram de clara dominância da Intel, já que a AMD incomodou em vários momentos, inclusive tendo a chance de inovar mais com o lançamento dos primeiros processadores de 64 bits e do primeiro dual-core. Em 2006, a Intel igualaria na questão dos vários núcleos com a linha Core 2 Duo.

Em 2007, no entanto, com a mudança de arquitetura, os processadores de vários núcleos da Intel começariam a recuperar terreno. Com 45 nanômetros, as novas CPUs teriam mais de 2 milhões de transistores e relação de performance/consumo melhor do que a concorrência, algo que se mantém até hoje.

Nehalem e a chegada dos i3, i5 e i7

Em 2008, a nova arquitetura da Intel levava o nome de Nehalen e promovia nova mudança de nomes: os processadores agora eram os i3, i5 e i7, todos multicores e com diferenças de performance e preço, segmentando de forma clara as linhas de acordo com o bolso do consumidor: i3 para máquinas econômicas, i5 para intermediárias e os i7 para as top de linha.

Transistores em 3D

Em 2012, a Intel estreou aquela que seria a segunda geração de seus novos processadores, na arquitetura Sandy Bridge. Trata-se de uma linha muito importante, porque trouxe a introdução dos transistores tridimensionais, que elevam a densidade desses componentes no chip, ajudando a diminuir o consumo e elevar a performance da CPU.

A nova doutrina de design de microchips criada pela Intel acabaria virando um modelo: o conceito do transistor tridimensional está presente, hoje, em módulos de memória, GPUs, processadores ARM de celulares, videogames e em SSDs.

Presente

Ao contrário de 1971, quando vendia apenas o 4004, hoje a Intel tem diversas linhas de processadores, desde chips especializados e baratos a versões para o mercado de massa (Foto: Filipe Garrett/TechTudo)

Hoje, os processadores da Intel das linhas i3, i5 e i7 são parte da arquitetura Skylake de 14 nm, também conhecida como “sexta geração”. Em relação ao que veio antes, eles apresentam performance gráfica bastante superior, mas não são uma inovação muito grande em relação à quinta e quarta gerações.

Em relação aos processadores mais específicos ou de faixa de preço mais baixa da Intel, como Atom, Celeron e Pentium, a arquitetura é outra e o regime de avanços a cada novo lançamento também é diferente. Nessas unidades, o que conta mais é baixo consumo e não performance bruta.

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Futuro

O futuro da Intel é a sétima geração de processadores, ou Kaby Lake, com CPUs para desktops previstas para desembarcar nos PCs do mundo todo a partir de janeiro de 2017. As versões de notebooks desses processadores já estão disponíveis e já é possível encontrar alguns deles no Brasil.

Uma série de questões relacionadas com a física tem tornado o lançamento de novos processadores com saltos relevantes de performance um desafio cada vez mais difícil. É por isso que os Kaby Lake são esperados com saltos de performance mais tímidos, muito mais na linha do que o Skylake foi para os Broadwell (quinta geração) do que o primeiro Pentium, e seu desempenho cinco vezes maior do que o 486, seu antecessor direto.


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