Press X to Not Die é um bizarro game para PC produzido pela empresa All Seeing Eye Games que utiliza cenas filmadas com pessoas reais e uma jogabilidade mínima para criar uma mistura de filme de terror trash com videogame. O título significa literalmente "Pressione X para Não Morrer" e é uma espécie de paródia de cenas QTE em jogos nas quais é preciso reagir rapidamente para não acabar morto por alguma besteira. Press X to Not Die é vendido na loja digital Steam por US$ 2,99 ou R$ 6,29 no Brasil.

A história segue uma pessoa comum que acorda no meio de uma crise ao descobrir que sua cidade enlouqueceu e as pessoas atacam umas às outras sem qualquer motivo. O segredo para sobreviver está em "Pressionar X para Não Morrer", um tipo de super-reflexo que subitamente algumas pessoas parecem ter desenvolvido. O objetivo do jogador é sobreviver aos momentos inciais, encontrar sua namorada, pegar um carro e sair da cidade, porém sua jornada acaba por se entrelaçar com os misteriosos motivos que levaram a esse surto.

Em Press X to Not Die você precisa manter seus reflexos afiados para sobreviver (Foto: Reprodução/Rafael Monteiro)

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Há aproximadamente 35 minutos de gameplay no jogo, sem grandes bifurcações, mas algumas boas opções que mudam o quanto você vê das filmagens. Ao terminar o game você terá uma porcentagem de quantas das cenas conseguiu assistir durante esta tentativa e quantas já viu ao total. Nos extras há toda uma Galeria de Mortes colecionáveis com quase trinta cenas e ainda a infâme Galeria de Golpes no

... Saco.

Muito além do X

Apesar de seu nome, a tecla X é pouco utilizada no game em relação a outras opções do teclado. Há momentos em que você terá que apertar outras teclas como Q, E, R e F, partes em que será preciso alternar teclas como Z e C para realizar ações como correr e até mesmo horas nas quais os botões do mouse serão utilizados, porém nunca o cursor.

A jogabilidade de Press X to Not Die utiliza várias teclas e não apenas o X como seu nome sugere (Foto: Reprodução/Rafael Monteiro)

Boa parte do jogo funciona como as Quick Time Events de outros games: "Aperte Q para socar", "Aperte E para desviar", entre outras. No entanto existe também um sistema de diálogo que permite conversar com os personagens para obter diferentes respostas ou reações e algo que se assemelha a um sistema de combate durante a luta final.

De acordo com o nível de dificuldade que o jogador escolhe as ações ficam cada vez mais complicadas de realizar e algo que antes era realizado apenas com o apertar de uma tecla pode subitamente exigir uma combinação de três letras seguidamente. Há também total compatibilidade com joystick para quem não deseja jogar no teclado.

Além de ação Press X to Not Die conta também com diálogos interativos, apesar de possuir poucas bifurcações (Foto: Reprodução/Rafael Monteiro)

Protótipo felpudo

Toda a ideia do game começou a partir de um protótipo bastante bobo que contava com 15 minutos de filmagens e quase nenhum ator em cena. A maioria dos personagens tinha seus papéis interpretados por bichos de pelúcia como ursinhos ou figuras de ação como o Capitão Jean-Luc Picard de Star Trek: The Next Generation. Até mesmo um controle Dual Shock aparece para representar uma bicicleta em uma cena no início do jogo. O protótipo ainda pode ser jogado por usuários que comprarem a Press X to Not Die - Special Edition.

Protótipo de Press X to Not Die usava pelúcias e bonecos para simular jogabilidade (Foto: Reprodução/Rafael Monteiro)

Em 11 de outubro de 2015 o game entrou no extinto serviço Early Access de acesso antecipado da loja digital Steam, no qual ficou por quase dois anos até seu lançamento em 9 de outubro de 2017. Houve também uma pouco conhecida versão para o Xbox 360 lançada em 30 de agosto de 2015 através da Xbox Live Indie Games. Porém, como o serviço XBLIG foi encerrado em 29 de setembro deste ano, essa versão não está mais disponível para compra.

A origem do título "Press X to Not Die" veio do analista Ben "Yahtzee" Crosshaw em seu ácido programa Zero Punctuation do site The Escapist. Yahtzee criticava vários games com jogabilidade pesadamente focada em QTEs como Heavy Rain, então em sua análise do game Thief: The Dark Project definiu o termo "Pressione X para Não Morrer" que virou uma piada recorrente na internet.

A crítica ácida de Ben "Yahtzee" Crosshaw deu origem ao meme "Press X to Not Die" (Foto: Reprodução/Rafael Monteiro)

O legado dos jogos-filme

Qualquer jogador que viveu o surgimento da mídia ótica em algum momento da indústria deve se lembrar do conceito de jogos-filme. O primeiro deles foi o excelente Dragon's Lair para fliperamas em 1983 que utilizava discos para reproduzir animações de alta qualidade, porém o conceito seria passado adiante para os consoles com a chega de plataformas que utilizavam mídia ótica, como o Sega CD. Nem todos os games que vieram a partir desse momento eram bons, no entanto, como é o caso do icônico Night Trap.

Apesar de sua baixa qualidade, Night Trap - 25th Anniversary Edition hoje em dia é considerado tão cômico quanto Press X to Not Die (Foto: Reprodução/Kotaku)

Recentemente a ideia de games contados através de vídeos tem ganhado mais força no grupo de desenvolvedores independentes de jogos. um bom exemplo disso é o aclamado Her Story, que envolve o jogador com suas filmagens e o retorno de Night Trap em sua versão de aniversário de 25 anos, na qual sua baixa qualidade acabou virando um fator cômico como em "Press X to Not Die".

Em mais de um momento o jogo menciona a possibilidade de uma sequência, a ponto de nomeá-la "Press X to Not Die 2: Dream Warriors" nos créditos e incentiva que jogadores deixem uma análise no Steam para garantir a existência do próximo game. É difícil saber se a mensagem é realmente séria dado o tom do jogo, porém o sucesso desta primeira empreitada deverá garantir mesmo uma sequência.

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