A 5D Mark III é uma das câmeras full-frames mais em conta vendidas pela Canon. Com lançamento em 2012, o modelo custa cerca de R$ 18 mil na loja oficial, mas pode ser encontrado pelo preço de R$ 10 mil no varejo. Em seu conjunto de vantagens, a máquina conta com um design familiar para usuários da marca e uma gama de ISO surpreendente. Como resultado, o aparelho alcança imagens satisfatórias em iluminação desfavorável e se torna um nome a ser considerado por profissionais que desejam reduzir custos com uso de DSLR.

Por outro lado, as marcas do tempo ficam evidentes nas especificações, com um processador desatualizado, além de soluções restritas para vídeos profissionais, com resolução só até Full HD (30 fps). Atualmente, ela disputa a preferência do usuário com a Nikon D810, que custa cerca de R$ 15,5 mil, as Canon EOS 80D e 6D (cerca de R$10,5 mil e R$10 mil, respectivamente), além da mais moderna Sony Alpha A7S II (R$ 14,5 mil). Com base no custo-benefício e de olho nos concorrentes, o TechTudo listou motivos para comprar e não comprar a máquina.

Canon EOS 5D Mark III: veja se ainda vale a pena comprar a câmera em 2017 (Foto: Luciana Maline/ TechTudo)

Pontos Positivos

1) Design moderno, resistente e familiar para usuários Canon

Se você é usuário de câmeras da Canon com sensor APC-S e já tem um jogo de lentes interessantes, dar um upgrade para a Mark III pode ser um conforto na hora do uso. Iss

... o porque a Canon não traz grandes revoluções em seu design de DSLRs há um tempo, inclusive nos modelos lançados alguns anos depois, como a 7D Mark II e a 5D Mark IV.

A 5D Mark III mantém o mesmo material de liga de magnésio e design das demais câmeras da Canon (Foto: Luciana Maline/ TechTudo)

Em uma breve comparação de design com a irmã Mark IV, o padrão se sobressai diante das diferenças. Vistas de frente, elas são quase iguais, exceto pela posição do símbolo da linha Mark. Além disso, o corpo de ambas vêm com o mesmo material de liga de magnésio, que deixa o produto resistente à colisões típicas de uso. De costas, os botões mantêm os mesmos formatos e posicionamento, e o menu também não ofereceu grandes alterações na forma de ser exibido.

A sútil diferença fica por conta da posição das entradas e saídas. Apesar disso, as duas máquinas concentram suas entradas e saídas na lateral esquerda e há espaço para flash externo, microfone, HDMI, USB e fone de ouvido. Aliás, uma das poucas heranças que a Mark III deixou para sua sucessora foi a entrada externa de fone de ouvido P2. A partir daí, foi possível ouvir, em tempo real, o áudio capturado e fazer possíveis reparos sem perder o material ou deixar a responsabilidade para a pós-produção.

Detalhe das entradas e saídas da câmera. A Mark III trouxe como destaque a entrada P2 para fone de ouvido (Foto: Luciana Maline/ TechTudo)

2) É full-frame

A Mark III conta com um sensor CMOS de 36 x 24 mm, o que é equivalente aos filmes fotográficos de 35 mm. A grosso modo, quanto maior a área disponível para a sensibilização da imagem a cada click, melhor qualidade das imagens.

Câmeras com essa área de sensor configuram a categorias das full-frames, uma das DSLRs das mais privilegiadas (e caras!) do mercado. Como consequência, as perspectivas capturadas são mais próximas da realidade, além de gerar texturas incríveis e melhor experiência visual.

À direita, a foto capturada por uma 70D (sensor APS-C) e a, à esquerda, pela 5D Mark III (Full-frame). Em ambos os casos, a lente usada por a mesma e a distância também. Nota-se que a imagem da direita está com mais zoom do que a da esquerda. (Foto: Luciana Maline/ TechTudo)

Entre as full-frames, a Mark III só apresenta desvantagem em relação ao número de megapixels. A câmera traz um sensor de 22,3 megapixels, enquanto o de concorrentes como as Nikon D800 e D810 têm 36,3 megapixels.

A quantidade de megapixels é mais um agente para garantir detalhes, mais cores, brilho e contraste na imagem. Porém, um papel importante da especificação em fotografia digital é a maior definição na hora de zoom.

3) Mídias de gravação: slot duplo para cartões

Outra vantagem da máquina são as duas entradas para cartão de memória. Segundo o site da fabricante, ela aceita cartões CF (Tipo I) CF UDMA; SD; SDHC e SDXCo CF. Muitas câmeras da Canon já oferecem esse recurso, mas costumam ser mais caras. Com essa vantagem, é possível utilizar tanto o cartão CF, que é maior e mais resistente, quanto o microSD (menor e mais em conta).

Entrada para slot duplo da 5D Mark III (Foto: Luciana Maline/ TechTudo)

Além de garantir mais memória, o usuário também tem a liberdade de escolher em qual cartão o material vai ser gravado. Isso facilita na hora de gerar um backup ou até mesmo evitar o uso do cartão que está esquentando demais com o uso.

Gravar em microSD também é uma alternativa para agilizar o processo de compartilhamento do material capturado. Como a maioria dos notebooks atuais oferecem entrada para microSD, você não precisa ter um adaptador sempre a mão para descarregar e compartilhar o material.

4) ISO alto com pouco ruído em fotografias

A sensibilidade da Mark III é um ponto que impressiona, mesmo cinco anos depois de sua aparição no mercado. A câmera tem ampla gama de ajustes ISO (100 a 25600), que ainda pode variar de acordo com o formato utilizado (L:50, H1: 51200, H2: 102400). Durante os testes, foi possível notar que, mesmo quando o ISO estava mais alto, não houve grande incidência de ruídos ou grãos expostos.

Comparativo entre os números extremos de ISO da 5D Mark III. Nota-se que os ruídos presentes na imagem com ISO 25600 não são extremamente incômodos (Foto: Luciana Maline/ TechTudo)

Em ambientes noturnos ou de iluminação desfavorável, a câmera também se comportou bem e garantiu imagens claras, sem grandes perdas no contraste e definição.

Foto tirada à noite (20h) com a 5D Mark III. ISO em 25600 em AWB. (Foto: Luciana Maline/ TechTudo)

  • Coloração "sincera".

Durante o uso, as cores capturadas pela Mark III se mostraram bem confiáveis e semelhantes à realidade. Apesar disso, um detalhe não pode passar despercebido: é possível notar que, a medida em que o ISO aumenta, há uma leve alteração na saturação do vermelho e amarelo capturados pela câmera em relação às cores reais. Já o azul e o verde permanecem mais fieis, mesmo com altos índices de sensibilidade.

Pontos Negativos

1) Processador ultrapassado

Em 2012, a Canon escolheu a Mark III para estrear o seu (até então) novo processador DIGIC 5+. Na ocasião, a novidade prometia menos ruído de imagem, melhor desempenho, além de maior taxa de quadros em modos de disparo contínuo, comparado ao modelo anterior. Só que, dois anos depois, com o lançamento da 5D Mark IV, o processador ficou antigo e a fabricante trouxe o DIGIC6+ para corrigir alguns pontos. A CPU trouxe respostas rápidas a comandos e melhor desempenho do AF (auto-foco), o que é bem importante na hora de gravar vídeos, por exemplo.

Hoje, é possível encontrar o DIGIC6 (duplo) ou 6+ em DSRLs mais em conta no Brasil, como as cropadas 80D (cerca de R$10,5 mil) e a 7D mark II (R$7,2 mil). Com isso, o DIGIC 5+ fica desatualizado em relação às diversas opções oferecidas no mercado.

2) Portabilidade

Apesar de não ser uma das DSLRs mais pesadas da Canon, transportar a 5D Mark III junto a um jogo de lentes, ou trabalhar um dia inteiro com o modelo no pescoço, pode não ser uma tarefa fácil. No conjunto de medidas, a máquina conta com 152 mm de largura, 116,4 mm de altura e 76,4 mm de profundidade. O peso é de 950g, ainda somado a uma lente (860g só o corpo).

5D Mark III na mochila: a câmera perde no quesito portabilidade (Foto: Luciana Maline/ TechTudo)

Atualmente, o mercado oferece câmeras com sensor full-frame mirrorless muito mais compactas e que caibam na bolsa. Um bom exemplo é a Sony Alpha7S II, cujas medidas são 126,9 mm de largura, 95,7 e pesa somente 627 g (com lente). De forma geral, o resultado é semelhante em muitos aspectos e o preço ainda agrada um pouco mais.

Para quem quer uma opção que não seja mirrorless, pode recorrer à própria 6D, que conta com medidas menos robustas e é mais leve.

3) Filma somente em Full HD e não tem estabilizador de imagem

A disponibilidade de taxas de quadros para vídeos não é um dos fortes da Mark III. A câmera oferece resolução ate 1080p (Full HD) em 30fps, passando por 720p (HD) em 60 fps. Porém, hoje, há máquinas disponíveis no mercado que apresentam conjunto interno muito menos complexo, mas oferece ao usuário resolução 4K em até 60 fps. Um bom exemplo são as câmeras compactas ou as de ação, como a novíssima GoPro Hero 6 Black.

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Além delas, a irmã mais nova 5D Mark IV também já oferece a possibilidade de filmes em 4k a 30fps e 24fps, ou a moderníssima Sony Alpha A9 que também grava em 4k. Este fator auxilia não só no resultado final, transmitindo maior precisão de movimento, mas dá maior liberdade no trabalho de pós-produção. É possível fazer cortes e consertos de cor com muito mais conforto, sem danificar muito as imagens capturadas.

Outra vantagem das câmeras mais modernas é o estabilizador de imagens, que é ausente na Mark III, mas já aparece na Mark IV (4-stop). Em 2017, a full-frame mirrorless Sony Alpha A9 já trouxe um estabilizador de imagem de cinco eixos. Além dela, a própria GoPro Hero 6 Black chegou com um sistema de estabilização superior aos modelos anteriores, o que mostra maior investimento na área de audiovisual.

4) Monitor

Um ponto que gera algum desconforto para quem usa câmeras mais modernas é o monitor de LCD Clear View II. Ele tem 3,2 polegadas e promete uma boa transparência, além de um revestimento adequado e resistente a reflexo para visualização sob alta luminosidade.

Ainda assim, o monitor não é dos mais modernos para uso cotidiano. Ele não é touchscreen, o que perde em praticidade e expõe certo atraso em relação aos sucessores. Além disso, o componente é fixo, sem possibilidade de giro como nas 70D e 80D e em alguns modelos da linha Rebel. Acredite, um monitor giratório facilita (e muito!) a vida de quem trabalha sozinho e precisa se fotografar ou gravar.

A 5D Mark III não tem monitor giratório (Foto: Luciana Maline/ TechTudo)

Custo-benefício

Se você é um usuário de câmeras Canon com sensor APS-C (popularmente conhecidas como cropadas), tem um jogo de lentes bacana e deseja migrar para uma full-frame, a Mark III tem muito a somar pelos seus próximos três anos. Apesar de o processador ser desatualizado, ela conta com um sensor grande e um intervalo de ISO interessante que gera uma sensibilidade bem ok. Ela também garante cores fieis à realidade e contrastes que ainda impressionam.

Neste mesmo contexto, a 6D também poderia ser uma boa opção de full-frame por um preço mais em conta. No entanto, o modelo perde em quantidade de megapixels, além de ter uma extensão de ISO bem menor.

Mas, se você já tem uma full-frame, como uma Mark II, por exemplo, e deseja dar um upgrade no seu equipamento, talvez seja melhor esperar um pouquinho para o lançamento do próximo modelo e a possível redução de preço da Mark IV. Mesmo assim, vale a mea culpa: durante os testes do TechTudo, a câmera não precisou ser reiniciada por conta de travamento e nem esquentou, mesmo durante gravação de vídeo em Full HD.

Agora, se seu foco é a produção audiovisual econômica, esta também não é a melhor opção. Apesar de robusta e com boa pegada, ela não é portátil e ainda exibe a falta de um bom estabilizador de imagens. Sem contar, é claro, que a câmera só filma até Full HD, com 30fps. A alta resolução está em HD (60fps), o que não faz o menor sentido em 2017. Nestes casos, é melhor gastar um pouquinho mais agora e ficar mais tempo com um equipamento coerente às demandas do mercado.



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