O uso de VPNs gratuitas e ilimitadas pode ser uma ameaça à segurança. Esses serviços facilitam o acesso a sites bloqueados para determinados países, como o Brasil, ao "esconderem" a localização do PC. Frequentemente, as VPNs são usadas para assistir à Netflix com o catálogo dos EUA, por exemplo, ou até para ver as conversas do WhatsApp caso o app não esteja funcionando no país.

No entanto, é preciso ter cautela. Plataformas de rede virtual privada que prometem gratuidade podem apresentar uma série de riscos ao usuário, como roubo de dados e infecção por programas maliciosos.

Em estudo recente, a Organização de Pesquisa da Comunidade Científica e Industrial, uma entidade australiana, analisou 284 aplicativos de VPN para celulares Android e descobriu seus impactos na privacidade e segurança dos usuários.

O uso de serviços gratuitos de VPN exige cuidados (Foto: Divulgação/SurfEasy)

A pesquisa revela dados alarmantes: 75% dos serviços usam bibliotecas de rastreamento de terceiros; 85% exigem permissões para acessar informações sensíveis, como contas de usuário e mensagens de texto; 38% apresentam malwares, como trojan, malvertising e spyware. Os softwares maliciosos estariam em apps populares, baixados mais de um milhão de vezes, como o VPN Free, o Rocket VPN, o Cyberghost e o Tigervpns.

Além disso, alguns dos programas não atuam como deveriam. Segundo o levantamento, 18% dos apps de VPN utilizam protocolos de tunelamento sem criptografia. Isso significa que os "túneis" nos quais os dados trafegam estão desprotegidos, pela ausência de criptografia, e podem ser acessados por terceir

... os. Devido à falta de suporte, erros de desenvolvimento e configuração, 84% não funcionam com tráfego IPv6 - versão mais atual de protocolo da web - e 66% não servem para tráfego de DNS - sistema responsável por localizar e traduzir o endereços dos sites para números IP.

Os perigos

Uma das maneiras de os serviços gratuitos de VPN explorarem o usuário é pelo roubo e venda de dados. O software impede o provedor de rastrear quem o utiliza, mas ele próprio exerce esse poder. Geralmente, há uma coleta por meio de bibliotecas de rastreamento e então, os dados são vendidos para empresas interessadas em publicidade e análise.

Outra possibilidade é a introdução de códigos maliciosos no dispositivo. Esses malwares são usados para pegar informações sensíveis ou criptografar os dados do indivíduo. O que ocorreu recentemente em diversos ataques com ransomware, um tipo de código que torna elementos de um equipamento inacessíveis até que seja pago um resgate.

VPNs podem levar malwares aos usuários (Foto: Reprodução/Pond5)

O desvio de banda larga também está entre as artimanhas das VPNs grátis. Alguns aplicativos tomam parte da capacidade de conexão e vendem para organizações. O popular Hola VPN foi acusado de fazer isso em 2015.

Já o app HotspotShield, que assegura proteção, privacidade, otimização e uma navegação sem anúncios, sequestra o navegador dos clientes, de acordo com o estudo, faz um redirecionamento para outros sites. De acordo com os testes dos pesquisadores, o tráfego dos usuários do serviço era redirecionado sem permissão para as lojas online AliBaba e E-Bay. O AnchorFree VPN também teria práticas similares.

VPNs seguras

Mesmo diante dos riscos, o usuário que precisar dos recursos de uma rede virtual privada não deve se desesperar. Existem opções seguras de VPN. As melhores, porém, são pagas. O Private Internet Access é um dos mais recomendados por especialistas e sai por menos de US$ 3 por mês (cerca de R$ 9,86), se assinado por dois anos. Já os planos do F-Secure Freedome custam a partir de US$ 4,16 (R$ 13,67) ao mês. A assinatura anual do IPVanish é de US$ 6,49 (R$ 21,32) por mês.

Com o Express VPN ou NordVPN, o cliente paga US$ 8,32 (R$ 27,33) ou US$ 3,29 (R$ 10,81) por mês, respectivamente, mas pode pedir reembolso dentro dos primeiros 30 dias, se quiser. Caso realmente queira algo "gratuito" e sem limites, a melhor opção pode ser o OperaVPN. No entanto, ele coleta os dados e pode divulgá-los a terceiros, assim como seus semelhantes. Pelo menos, a empresa deixa a condição clara nos termos de uso.

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