Montar um computador para edição de vídeos pode ser uma tarefa complicada, principalmente para usuários menos experientes. São muitas questões decisivas, como qual tipo de processador comprar, a quantidade ideal de armazenamento e até mesmo se vale a pena investir em uma placa de vídeo. Saber exatamente o que você precisa é importante, já que, em se tratando de edição, os componentes são determinantes para entregar um material de melhor qualidade.

Pensando nisso, o TechTudo reuniu informações a respeito da importância de cada peça para quem trabalha com audiovisual. Além disso, confira dicas de produtos que você pode encontrar no mercado brasileiro para criar sua própria ilha de edição.

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Comece pelo processador

O processador é sempre fundamental e, em computadores destinados a edição e renderização de vídeo, o componente é ainda mais importante. Esse tipo de trabalho, que consiste em condensar uma linha do tempo e convertê-la em um arquivo único final, é intenso do ponto de vista do processamento. Portanto, o usuário vai encontrar melhores resultados com chips que ofereçam muitos núcleos, além de tecnologias de multi-threading, como o Hyper Threading em modelos da Intel, e o SMT, nos componentes da AMD.

Com vários núcleos, o editor de vídeo pode dividir a realização das tarefas em várias linhas de execução. Quanto mais núcleos e threads, mais rápida tende a ser a renderização, já que o computador torna-se capaz de dar conta de mais sequências ao mesmo tempo. Além disso, começar pelo processador é interessante por encaminhar para a seleção da placa-mãe e da memória RAM.

Opções

Hoje há diversos processadores de 32 núcleos no mercado, como o Threadripper 2990WX da AMD, ou os Core i9 Extreme e Xeon da Intel, também com bom número de cores. Entretanto, esses modelos são bem mais caros: o Threadripper 2970WX, mais "simples" e com “apenas” 12 núcleos e 24 threads, mas está à venda no Brasil por aproximadamente R$ 6.200.

Uma opção mais em conta é encaixar ótimos processadores octa-core, tanto da Intel quanto da AMD. O Ryzen 7 2700X, por exemplo, tem oito núcleos e atinge velocidades de até 4,3 GHz, custando algo em torno de R$ 1.600 no momento.

Já do lado da Intel, há o Core i7 8700K: hexa-core, a CPU tem 12 linhas de execução e clock que chega a 4,7 GHz, com preço oficial de R$ 2.299. Outro processador que pode ser interessante é o Core i7 9700K, de nona geração: octa-core de até 3,6 GHz, o modelo é encontrado no site oficial da fabricante por R$ 2.085.

A quantidade de memória

A memória RAM é importante porque é nela que o editor de vídeo armazena os clipes que estão sendo editados. Vídeos com resoluções maiores e efeitos mais pesados acabam representando arquivos brutos maiores, que ocupam mais espaço na memória RAM. Portanto, investir em números a partir de 16 GB é o ideal. Vale lembrar que esse tipo de componente é muito fácil de ser substituído em um eventual upgrade. Mas, por outro lado, os preços de RAM costumam oscilar bastante no mercado.

Opções

Processos de edição de vídeo não são tão sensíveis à velocidade da memória em si, mas sim à quantidade máxima disponível. Por isso, não se preocupe em investir em RAM de alta velocidade, mas sim em vários pentes. No momento, é possível encontrar no Brasil combos de 32 GB de boa qualidade saindo por preços na faixa dos R$ 1.349. Pesquisando um pouco você também encontra combos de 16 GB por valores um pouco mais baixos, na casa dos R$ 1.200.

SSDs ou HDs?

No armazenamento, um bom PC para edição precisa equilibrar alta capacidade, para guardar um grande número de arquivos, e alta velocidade, já que isso pode significar uma boa eco

... nomia de tempo ao salvar suas produções. Vídeos em formato bruto gerado pela câmera, por exemplo, são sempre maiores em relação aos arquivos editados e comprimidos. Isso significa que investir em alguns terabytes de espaço é ideal, sobretudo para quem pretende manter clipes já usados armazenados, ou mesmo tem em mente editar conteúdos em 4K.

Mas também é interessante buscar tecnologias mais avançadas do que HDs convencionais. SSDs são muito mais rápidos e acabam virando um componente fundamental no processo de edição, já que sua presença pode agilizar o trabalho ao permitir cópia e carregamento rápido dos arquivos a serem editados. O problema é que SSDs de alta capacidade não são nada baratos, especialmente se você procurar unidades NVMe. Um disco SATA com 2 TB de espaço, por exemplo, custa pelo menos R$ 1.800 no mercado brasileiro.

Opções

Mesmo que seja difícil investir em diversos SSDs de uma só vez, pode ser interessante considerar ao menos uma unidade desse tipo para manter o sistema operacional, software de edição que você usa e quem sabe os clipes do projeto em que você está trabalhando. Uma boa escolha aqui é o 970 EVO Plus da Samsung: com 500 GB, o disco é encontrado no Brasil a preços na faixa dos R$ 769. Para seus arquivos, um HD Seagate Barracuda de 4 TB pode ser uma boa opção, e sai por algo em torno de R$ 570.

Precisa de placa de vídeo dedicada?

Placas de vídeo, em geral, não têm um grande impacto no processo de edição de vídeo. Elas podem ajudar muito, mas, no geral, ter ou não uma GPU de R$ 4 mil não vai fazer seu computador exportar o vídeo mais rápido, já que essa tarefa ainda depende muito mais do processador. A principal diferença de ter uma solução gráfica dedicada é na pré-visualização dos clipes e da montagem de efeitos, transições e outras ações costuradas ao longo da sua linha do tempo. Editores como o Premiere, da Adobe, detectam sua placa de vídeo e a utilizam para acelerar esses processos.

É evidente que profissionais mais versáteis, que produzem conteúdo gráfico em 3D e animações, por exemplo, acabam se beneficiando de placas de vídeo dedicada. Isso porque aqui entram em cena exatamente tarefas para as quais as placas de vídeo existem: trabalho pesado com gráficos.

Há ainda outro detalhe técnico que pode levar à necessidade de investir pesado em uma placa de vídeo. Se você precisa acompanhar o trabalho em um monitor com cor em 10 bits, como são os casos dos padrões HDR mais recentes e do Dolby Vision, é interessante optar por placas de vídeo profissionais, como as linhas Nvidia Quadro ou AMD Radeon Pro. Isso porque mesmo as GeForce RTX mais caras e poderosas do mercado reproduzem vídeos a, no máximo, 8 bits.

Opções

Se o computador que você está montando será apenas uma máquina profissional, e reproduzir vídeo com cores de 10 bits de profundidade não é uma exigência, você pode investir em uma GeForce ou Radeon intermediária sem problemas. Placas como as Radeon RX 590, encontradas no comércio eletrônico na faixa dos R$ 1.299, devem dar conta do recado.

Se a ideia for algo mais profissional, vale considerar as linhas Quadro e Radeon Pro, de Nvidia e AMD. A Quadro P4000, a R$ 4.870, é uma boa escolha para quem quer algo mais focado em produção de conteúdo e com o suporte à reprodução de vídeo com HDR.

Capriche no monitor

O monitor é um dos itens mais essenciais: seu trabalho depende totalmente do que você pode enxergar com relação à qualidade de cor, contrastes e definição de imagem. Além disso, pode ser interessante considerar o investimento em duas telas, já que o aumento de área útil permite acompanhar o processo de edição de forma mais ágil e produtiva. Esse pode ser um investimento muito mais inteligente do que gastar uma alta quantia em uma placa de vídeo poderosa, por exemplo.

Para escolher um bom monitor é necessário ficar atento à resolução máxima suportada, ao nível de precisão de cores, intensidade de brilho e à presença ou não do HDR. Em geral, há bons monitores LCD para escolher no mercado, embora o OLED seja uma tecnologia superior.

Opções

O site Rtings, especializado em monitores e TVs, classifica o LG 27UK650-W como o melhor monitor 4K para edição de vídeo da atualidade, destacando a alta precisão de cor da tela LCD de 27 polegadas e a excelente qualidade SDR do display. No Brasil, o aparelho pode ser encontrado a preços na faixa dos R$ 2.400.

Conectividade

Por fim, é bom ficar atento à questão da conectividade, tanto no PC quanto no monitor. Escolher componentes que tenham um bom número de interfaces é importante para dar versatilidade a sua estação de trabalho e torná-la amigável a diferentes tipos de mídia e acessórios. Assim, é importante escolher placas com suporte à tecnologia Thunderbolt 3, assim como monitores que usem mais de um tipo de interface e com saídas de som.

Em geral, a conectividade depende da opção de placa disponível. A placa-mãe deve proporcionar ao seu computador com uma boa quantidade de interfaces USB de todas as gerações, deixando a tarefa de servir seu sistema com saídas de vídeo para a placa de vídeo a ser instalada no computador.

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