Para que o Rock in Rio transcorra sem problemas nem situações de insegurança ou desconforto para o público, uma enorme estrutura é montada, com centenas de profissionais e logística industrial. Muito do que faz o festival funcionar fica longe dos olhos do público. E neste aspecto, as soluções tecnológicas e a inovação em busca de sustentabilidade e da melhor experiência possível para os visitantes fazem da Cidade do Rock, cada vez mais, um exemplo de smart city nos moldes dos centros urbanos mais avançados do planeta.
Em edições anteriores, as Cidades do Rock receberam de 50 mil a 80 mil pessoas por noite, tanto nas edições brasileiras como em Lisboa, em Madri ou em Las Vegas. Neste ano, o festival será realizado no Parque Olímpico da Barra da Tijuca e terá 300 mil metros quadrados, o dobro da área do festival em 2015.
No local, o público estimado chegará a 100 mil pessoas por noite - equivalente a uma cidade de médio porte do interior do país, conforme aponta o coordenador de produção do Rock in Rio, Pedro Marques.
Na edição do festival em Lisboa em 2016, a organização se juntou a uma empresa de telecomunicações para implementar na Cidade do Rock um conjunto de ferramentas similares às utilizadas em centros urbanos inteligentes. Neste ano, o mesmo está sendo realizado para o evento na Barra da Tijuca.
“É o conceito das smart cities aplicado ao Rock in Rio: tornar a Cidade do Rock inteligente e conseguir monitorar, de um ponto central, tudo o que se passa durante o festival, afinal, é uma cidade funcionando, mesmo que só por poucos dias, mas com todas as suas principais exigências”, explica Marques.
Assim como foi feito em Lisboa, a nova Cidade do Rock deverá co
“Em Lisboa, tínhamos telas nas entradas dos banheiros que indicavam quais estavam ocupados e onde estavam os sanitários livres. Além de informar o público, conseguíamos controlar quando não havia muita gente para entrar com as equipes de limpeza”, aponta o coordenador de produção.
Uma solução que foi implementada no Rock in Rio 2015 foi o sistema de agendamento com hora marcada para as atrações radicais, como a tirolesa, e que volta a funcionar neste ano, para evitar grandes filas nestes pontos da Cidade do Rock.
Segundo Marques, durante o festival, o Centro de Controle de Operações concentra uma liderança de cada área da organização. “Todos têm poder de decisão para o caso de algum problema mais grave acontecer. Centralizamos as informações para acompanhar todo o festival sem atrapalhar o público”, destaca o coordenador de produção.
“Nosso foco de trabalho é ver as pessoas entrando na Cidade do Rock com um sorriso no rosto e também vê-las indo embora com um sorriso. O Rock in Rio tem que ser essa experiência com satisfação”, completa.
Estrutura
Além da infraestrutura de som, iluminação, distribuição dos serviços, esquemas de circulação dos visitantes e o controle de operações, para que as pessoas tenham a melhor experiência possível, existe um festival que o público não vê. Segundo a organização, são mais de 10 mil toneladas de equipamentos, 120 quilômetros de cabos, 80 mil metros quadrados de grama sintética, mais de 1 mil banheiros ligados à rede pública, 2 mil latas de lixo e programas de beneficiamento de resíduos em parcerias com cooperativas.
Neste ano, estão sendo construídos oito palcos: Mundo, Sunset, Eletrônica, Rock Street Africa, Rock District, Street Dance, Digital Stage e Game XP. Ao todo, serão mais de 150 atrações nos sete dias de evento.
A tecnologia e as soluções inovadoras também permitem que o Rock in Rio mantenha-se como um evento sustentável, de acordo com a norma ISO 20121. Em todas as edições recentes, o plano de sustentabilidade inclui o trabalho da organização, dos patrocinadores e dos fornecedores; compensação da pegada carbônica; plano de gestão para reduzir, reutilizar e reciclar o máximo de resíduos possíveis, com taxa média global de 70% de reciclagem; doação de materiais reciclados ao final do evento; e premiação para os patrocinadores e fornecedores com as melhores práticas sustentáveis na Cidade do Rock.
O festival ainda realiza campanhas de sensibilização sobre boas práticas de sustentabilidade e sobre mobilidade sustentável, com criação de planos de mobilidade para o público e espaços preparados para pessoas com mobilidade reduzida.
O que é uma cidade inteligente?
Smart cities ou cidades inteligentes são centros urbanos com projetos na área de inovação, tecnologia e sustentabilidade, com objetivo de melhorar a utilização dos recursos, reduzir consumo de energia e água, diminuir a poluição, otimizar sistemas de mobilidade e coleta de lixo e até mesmo a comunicação com a população e a participação popular nas decisões importantes. Em resumo, são cidades que promoveram ações para beneficiar todos os moradores e fazer com que o cotidiano local seja mais simples, mais fluído, mais barato e mais inteligente.
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