Algumas funções do roteador Wi-Fi são capazes de aumentar a velocidade da Internet. Outras, não. Embora os aparelhos estejam constantemente evoluindo para proporcionar maior segurança, cobertura e, é claro, mais velocidade na conexão, nem todos os recursos oferecidos pelas fabricantes podem ser considerados diferenciais. Ou seja, nem toda novidade vale a pena. A seguir, conheça seis funcionalidades úteis para tornar sua Internet mais rápida e quatro que são desnecessárias ou caras demais.
1. Padrão 802.11ac
A principal diferença entre o Wi-Fi 802.11ac e seu antecessor, o 802.11n, é justamente a velocidade de transferência. Enquanto o protocolo mais antigo é capaz de atingir no máximo 450 Mbps, o ac pode chegar a 1.300 Mbps — a capacidade real, no entanto, gira em torno de 750 Mbps.
Há também o fator quantidade de antenas: o padrão ac suporta até oito antenas, o dobro da capacidade do padrão Wi-Fi n. Assim, um roteador com esta tecnologia pode proporcionar uma rede menos congestionada, já que é capaz de oferecer mais pontos de transmissão e recepção de sinal.
O padrão 802.11ac é o mais moderno que está amplamente disponível no mercado, sendo encontrado com preços a partir de R$ 100. No entanto, ele não é o protocolo lançado mais recentemente. Esse papel é desempenhado pelo Wi-Fi 802.11ax, que pode chegar a quase 5 Gbps. Empresas como Intel, Asus e Broadcom
2. Dual-band ou Tri-band
Roteadores dual band são os que operam nas faixas de frequência de 2,4 GHz e 5 GHz. Eles são melhores que os single band principalmente porque estes só funcionam em 2,4 GHz. Essa é a banda usada pelo microondas, telefone sem fio, babá eletrônica e outros eletrônicos domésticos, por isso, a single band é mais congestionada.
Escolher e configurar um roteador para operar na faixa de 5 GHz vai aumentar a velocidade de transferência no seu computador ou celular — desde que o dispositivo também tenha compatibilidade com essa frequência. Antes caros, aparelhos dual band agora podem ser comprados por menos de R$ 230.
Os modelos tri-band vão além e oferecem três bandas: uma de 2,4 GHz e duas de 5 GHz. Eles são indicados para ambientes muito congestionados e, é claro, para quem já possui muitos aparelhos compatíveis com o 5 GHz. Apesar de haver vantagem real, os roteadores com três bandas ainda são muito caros, custando entre R$ 1.300 e R$ 3.300, aproximadamente.
3. Suporte ao IPv6
O protocolo de internet IPv6 é outra especificação que está presente em praticamente todos os roteadores atuais. Se você possui um aparelho muito antigo, porém, é possível que ele suporte apenas o IPv4, considerado defasado atualmente.
Em resumo, o IPv6 traz uma capacidade de endereços IP muito superior a da geração anterior. Isso faz com que os equipamentos modernos consigam se conectar diretamente à Internet sem precisarem compartilhar um IP público. Por causa disso, a velocidade de conexão e a segurança da rede são maiores.
4. Porta Gigabit Ethernet
As portas Gigabit Ethernet, de 1.000 Mbps, já se tornaram as mais comuns do que as "Fast Ethernet", com seus 100 Mbps. Ainda assim é importante ter atenção na hora de comprar um novo roteador, pois os modelos antigos ainda estão disponíveis no mercado.
Mesmo que você não use conexão via cabo atualmente, o recurso é interessante para garantir bom desempenho em situações diversas. A entrada Gigabit Ethernet ainda é a melhor opção para gamers e usuários desktop de maneira geral, driblando o congestionamento das redes Wi-Fi.
5. Priorização de tráfego
O recurso Quality of Service (QoS) está presente na maioria dos roteadores atuais e é muito eficiente em deixar a conexão com a Internet mais rápida. Isso porque ele permite que você escolha quais dispositivos ou tipo de tráfego quer priorizar. Assim, você pode configurar seu notebook ou um jogo online para usar mais banda, enquanto os celulares ligados ao Wi-Fi ficam com menos.
6. MU-MIMO
Derivada do padrão AC, a tecnologia MU-MIMO (Multi-User, Multiple Input, Multiple Output) permite que o roteador envie e receba dados a vários dispositivos ao mesmo tempo. Ele é um avanço do SU-MIMO, em que as transferências são interrompidas para que dois ou mais aparelhos se conectem à Internet via Wi-Fi.
Recursos desnecessários
Nem todas as novidades dos roteadores são tão úteis assim quanto as fabricantes pregam. A seguir listamos quatro funcionalidades desnecessárias ou que ainda não valem o preço.
1. Rede Mesh
Em linhas gerais, as redes Mesh possuem "nós" que se comunicam entre si para distribuir o sinal Wi-Fi em todos os cômodos, funcionando como um repetidor. Sua característica principal pode beneficiar quem mora em casa ou apartamento grande, em residências com paredes grossas ou outras características que dificultam a propagação do sinal.
Apesar disso ser uma vantagem real, o preço dos roteadores com a tecnologia mesh não compensa. O Deco M5, da TP-Link, é um dos poucos com suporte Mesh disponível para comprar no Brasil e sai por aproximadamente R$ 1.300. Modelos como Google Wifi, Asus Lyra e Eero não chegaram no país e, quando isso ocorrer, certamente não será por um preço baixo.
2. Controle parental
O controle dos pais no roteador é festejado pelas marcas como uma ótima funcionalidade, mas a verdade é que praticamente toda plataforma oferece gerenciamento parental próprio. Configurar restrições no Netflix, no Chrome e no YouTube em separado é mais fácil e eficiente, garantindo ajustes otimizados para cada serviço.
3. WPS
O WPS, acrônimo para Wi-Fi Protected Setup, permite conectar dispositivos ao roteador sem precisar inserir senha. A ideia é facilitar a agilizar a conexão de novos aparelhos à rede Wi-Fi, mas a tecnologia é bastante insegura. O código de apenas oito dígitos é facilmente descoberto por programas relativamente simples, fazendo com que toda sua rede fique vulnerável a ataques.
4. UPnP
O UPnP é outra funcionalidade que tem por objetivo facilitar e melhorar o desempenho da conexão, mas acaba reduzindo sua segurança. Ele faz com que os dispositivos conectados ao mesmo roteador se comuniquem, permitindo que um notebook consiga enviar arquivos diretamente a um celular, por exemplo.
O principal problema é que, para tornar os aparelhos facilmente localizáveis por outros, o UPnP reduz os filtros de segurança da rede. Devido a falhas no código, algumas interfaces de controle UPnP podem ser expostas à Internet pública, permitindo a hackers ter acesso aos dispositivos privados conectados a essa rede.
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