Dungeons & Dragons, RPG de fantasia que se originou em livros, nasceu em 1974 e, de lá para cá, influenciou todo mundo que se envolveu com este universo. Nos games, as influências de D&D vão além da estética. Há jogos inspirados pelo RPG, como Neverwinter e Baldur's Gate, mas temos também vários exemplos de títulos que “beberam da fonte”, ainda que não diretamente. Mas como essa relação se deu, ao longo de todos estes anos? Tentamos explicar um pouco, também conversando com a Galápagos Jogos, editora do livro no Brasil, para saber mais a respeito.
Entendendo Dungeons & Dragons
Para entender a influência de D&D, é preciso entender, primeiro, o quão grande ele é. Estamos falando daquele que é considerado o primeiro RPG no formato como o conhecemos hoje. Desde 74, quando sua versão inicial foi criada, o D&D tem recebido diversas edições, inclusive a quinta, mais recente, que acabou de sair no Brasil. Ao longo de todo este período, são milhões de cópias vendidas – e não apenas de livros de regras, mas também de produtos relacionados, como games, acessórios, dados, livros literários, entre outros.
O ponto forte de D&D está em sua acessibilidade. Apesar de ser levemente complexo para o padrão atual de outros RPGs, ele nasceu de maneira bem simples, com regras básicas e de fácil entendimento. Hoje, se alguém for começar a jogar, ainda vai entender bem facilmente muitos de seus detalhes.
Persio Sposito, editor da Galápagos Jogos para o D&D, reforça este detalhe. “Dungeons & Dragons passa, atualmente, por um grande movimento de expansão global. Este fenômeno é reforçado pelas diversas celebridades que se declaram jogadoras de D&D. Mesmo com a tecnologia, existe esta imensa necessidade que temos de nos conectar cara-a-cara, criando memórias reais ao redor de uma mesa. D&D é o tipo de entretenimento perfeito para criar tais experiências”, disse.
E é justamente ao criar experiências que D&D não apenas influenciou outros jogadores a criarem seus próprios RPGs, como também influenciaram games eletrônicos a adotarem a estética de fantasia medieval para suas aventuras – com um pouquinho de ajuda também das criações de J.R.R. Tolkien, de O Senhor dos Anéis.
O poder unido
O Senhor dos Anéis é uma das grandes obras da fantasia literária no mundo todo. Tolkien criou todo um universo, incluindo idioma próprio, para embasar seu enredo recheado de criaturas místicas e inexistentes, personagens carismáticos, luta do bem contra o mal, entre outros elementos que ganharam ainda mais fama depois que os filmes baseados na série estrearam nos cinemas.
Foi justamente a criação de Tolkien que serviu de base para muitas coisas que vemos em D&D, anos mais tarde e ainda na atualidade. Desde raça de personagens e inimigos, passando por magos lendários e heróis sem nome. Com o tempo, a associação entre as obras do autor de O Senhor dos Anéis e as aventuras de Dungeons & Dragons se tornou quase que natural, ao ponto de se confundirem de diversas maneiras.
E foi essa associação, união e junção, que ajudou a fomentar toda uma indústria de entretenimento por trás de vários produtos que consumimos hoje – entre elas os jogos eletrônicos. Sim, temos games oficiais baseados nas marcas de O Senhor dos Anéis e D&D, mas temos também títulos que não possuem nenhuma relação direta com estas, mas que apresentam claras referências e inspirações – The Witcher, Zelda e até Final Fantasy podem ser exemplos bem populares usados aqui.
Assim, D&D não apenas usou sua influência para transformar o mundo dos jogos eletrônicos, como também trouxe à tona todo um mundo fantástico desenvolvido por um autor lendário, por mais que a associação nunca tenha sido
Games na mesa
O inverso também vale: hoje em dia, muitos jogos eletrônicos ganham versão de mesa e, por isso, a indústria sempre se renova e atrai mais pessoas de cada lado. A própria Galápagos Jogos é um bom exemplo disso, já que tem em seu catálogo “boardgames” inspirados em grandes “videogames”, como Fallout, Bloodborne, Civilization e This War of Mine – com God of War programado para chegar ao Brasil até o final do ano.
Já para o D&D, o futuro no Brasil parece ser brilhante. “Podemos afirmar que todas as nossas expectativas mais otimistas foram completamente superadas. Fomos pegos de surpresa com tamanha demanda pelo livro e tivemos todo o estoque vendido na primeira semana. Já ajustamos a reimpressão dos volumes para reabastecer o mercado ainda em 2019 e seguir com os demais lançamentos relacionados à marca”, complementa Sposito.
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