A maioria das pessoas que pensam em comprar um imóvel planeja a aquisição de um apartamento ou uma casa, esteja o imóvel pronto ou em construção. Para essa parcela de compradores existem linhas de crédito bastante conhecidas. Por outro lado, há quem prefira comprar um terreno residencial e construir o imóvel que deseja.

No caso dessas pessoas, uma dúvida é muito frequente: será que existe algum tipo de financiamento para terreno residencial? É justamente sobre isso que vamos falar neste artigo. Você vai entender quais são as opções para quem quer financiar um terreno e como elas funcionam. Acompanhe!

Como funcionam os financiamentos imobiliários em geral?

O crédito imobiliário é regulamentado pelo Governo Federal com o propósito de atender às demandas das várias camadas da sociedade por imóveis. Assim, existem linhas de financiamento para imóveis com preços mais acessíveis, como os do Minha Casa Minha Vida, que utiliza recursos do Ministério das Cidades e do Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS) na construção de imóveis residenciais.

Há também o crédito para imóveis intermediários, como os financiados pelo Sistema Financeiro de Habitação (SFH), que utiliza recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e do FGTS; e o Pró-Cotista, que trabalha com recursos do FGTS.

Ainda, existem empréstimos que são liberados para a compra de imóveis mais caros, de alto padrão, que podem ser adquiridos utilizando o Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), com recursos do SBPE.

E o financiamento de terrenos residenciais?

No caso do financiamento de terrenos residenciais são utilizados apenas recursos do SBPE, uma vez que não é permitida a utilização de recursos do FGTS nessa linha de crédito. Além disso, os bancos também fazem uso de recursos próprios.

Quando a instituição utiliza recurso do SPBE, como no caso da Caixa Econômica Federal (CEF), as regras de financiamento são semelhantes às do SFH. Ou seja, o terreno não pode ter valor superior a R$ 750 mil no Distrito Federal e nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, ou R$ 650 mil nos demais estados da União.

Além disso, pode haver uma divergência entre os bancos quanto ao prazo limite para pagamento, que pode chegar a 35 anos na Caixa. Esse limite também vai variar de acordo com o perfil do proponente.

Nessa modalidade, as taxas de juros são um pouco mais elevadas do que aquelas que são utilizadas para o cálculo das prestações do financiamento de imóveis prontos ou em construção. O valor do financiamento também pode variar conforme a instituição e de acordo como perfil do proponente, chegando a 90% do valor do imóvel na CEF.

Se a instituição financeira utiliza recursos próprios, geralmente são cobrados juros mais elevados ainda, com a vantagem de o limite do valor do terreno ficar condicionado apenas à capacidade de pagamento do comprador.

Nesses casos, também conta muito a relação que a pessoa tem com o banco. Quanto melhor for essa relação, melhor será a condição de negociação no que diz respeito a valores, prazos e juros.

Quem pode financiar?

Em linhas gerais, o que os bancos exigem para liberar o crédito imobiliário em qualquer situação é que a pessoa tenha mais de 18 anos (ou mais de 16 se for emancipada), que não esteja com qualquer impedimento legal para fazer a compra e que consiga comprovar a capacidade de pagamento. Nessa comprovação, é considerada a renda familiar que o proponente possa demonstrar.

Ainda, a pessoa precisa cumprir as seguintes condições:

  • Ser brasileira ou naturalizada ou ter visto permanente, no caso de estrangeiro.
  • Estar com a idade dentro do limite (a idade do proponente somada ao prazo de pagamento do empréstimo não pode exceder a 80 anos e 6 meses).
  • Contratar os seguros exigidos pelo banco.

Que tipo de terreno pode ser financiado?

Os bancos só financiam lotes ou terrenos que já estejam parcelados e em áreas já urbanizadas.

Quais são os passos a serem seguidos?

Primeiro, identifique os bancos que financiam terrenos, que pode ser a Caixa Econômica Federal, o Bradesco, o Banco do Brasil, HSBC, entre outros. Algumas instituições disponibilizam nos próprios sites simuladores que permitem que, de acordo com o seu perfil, você entenda o limite de crédito que terá e os valores das parcelas.

Em seguida, procure se informar sobre as taxas de juros praticadas por cada instituição e escolha a que seja mais vantajosa. Então, apresente àquela com a qual você queira negociar uma série de documentos pessoais, como RG e CPF, além de comprovantes de renda e certidões negativas que comprovem que você está em dia com suas obrigações federais e que não tem qualquer impedimento para adquirir um imóvel.

A partir daí, o banco fará a análise do seu cadastro e a avaliação do imóvel. Também será feita a análise da sua documentação, da documentação do vendedor e da documentação do próprio imóvel. Estando tudo em ordem, o vendedor deverá providenciar um contrato de compra e venda, a ser assinado por ambos (comprador e vendedor) e posteriormente registrado no Cartório de Imóveis do município onde o terreno se encontra.

Por fim, o banco libera o pagamento para o vendedor e a negociação se concretiza.

Quais são as desvantagens e vantagens do financiamento de terreno residencial?

Como vimos, os juros cobrados pelos bancos para financiar terrenos residenciais são mais elevados do que os cobrados quando o empréstimo é destinado à compra de casas e de apartamentos.

Por exemplo, enquanto no Programa Minha Casa Minha Vida os juros não ultrapassam a marca de 8% ao ano e no SFH fica em torno de 12% ao ano, para a liberação do crédito para a compra de um terreno os juros podem chegar a 13% ao ano, ou até mais, conforme o banco.

Por outro lado, desde que a documentação do proponente, do vendedor e do próprio imóvel esteja em ordem e que a comprovação de capacidade de pagamento seja apresentada, a aprovação do financiamento para terrenos residenciais é muito mais tranquila do que se a intenção fosse comprar uma casa ou um apartamento.

No caso de imóveis já construídos, os bancos fazem vistorias e avaliações rigorosas, a fim de detectar defeitos construtivos ou a deterioração do imóvel provocada pelo tempo e se o mercado de fato comporta o valor pedido pelo vendedor. Esse rigor é bastante justificável, considerando que o imóvel é dado como garantia de pagamento do empréstimo.

Contudo, em um terreno não há muito que vistoriar. Basta que haja a confirmação das medidas, que devem coincidir com as registradas na escritura. Além disso, o preço por metro quadrado de terrenos em uma dada região segue uma média, que facilmente pode ser obtida, o que torna liberação do crédito mais simples de ser feita.

Agora que você já sabe que é possível financiar um terreno residencial, deixe aqui o seu comentário sobre a sua experiência ou sobre a sua dúvida com relação a esse tipo de financiamento!


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